O Rio Grande do Sul está em sexto lugar na lista de apreensões de cédulas falsas do Banco Central do Brasil - uma posição a menos em relação a 2015. Até o dia 30 de setembro, a instituição financeira reteve 17.656 notas no Estado, a maioria de R$ 50 e R$ 100.
No país, no mesmo período, o número total foi de 350.076. No ano passado, de janeiro a dezembro, foram apreendidas 473.965 notas no Brasil e 22.336 no Rio Grande do Sul.
Alguns fatores auxiliam na redução da quantidade de cédulas falsas produzidas, como é o caso das alterações feitas da primeira para a segunda família de notas. As cédulas da segunda família têm tamanho diferente e maior quantidade de tonalidade de cores, o que dificulta muito a elaboração de cópias. Há também a faixa holográfica nas cédulas de R$ 50 e R$ 100 e o número que muda de cor nas cédulas de R$ 2 e R$ 5.
Nas cédulas da segunda família não é possível fazer falsificação em off set - característica de produção em gráfica e em grande quantidade. Quem tenta fraudar, em geral, usa as impressoras jato de tinta, e diminui o volume de produção.
Outro fator que contribui para a redução de fraudes é a atuação da Polícia Federal no combate aos crimes de falsificação com prisão de falsários e fechamento de oficinas de produção
"Cada vez que um falsificador é preso, esse tipo de crime é reduzido e com a substituição total das cédulas para a segunda família a tendência é diminuir ainda mais o problema", afirma Eduardo Giani, gerente do Departamento do Meio Circulante do Banco Central no Rio Grande do Sul.
Operações no RS
Neste ano, a PF realizou duas grandes operações no Rio Grande do Sul. Em junho, a Operação Inkjet II se concentrou nas cidades de Porto Alegre, Osório e Guapó (GO).
A estimativa é de que cerca de R$ 100 mil eram fabricados a cada mês e distribuídos para todo o Brasil. A ação teve apoio dos Correios, já que diversas correspondências enviadas a partir de Porto Alegre contendo cédulas falsas foram retidas.
Já em abril ocorreu a Operação Falso, para apurar derrame de moedas falsas na região da Campanha e na Zona Sul do Estado. A quadrilha atuava nos municípios de Santana do Livramento, Camaquã, Pelotas, Rio Grande, entre outros, e repassavam notas de R$ 50 e R$ 100 no comércio.
Quando esse tipo de ação criminosa é cometida, o maior prejuízo é do cidadão que ao receber essa nota não consegue recuperar o valor. Para os cofres públicos, a falsificação acarreta em investimento mais elevado para aprimorar a qualidade das cédulas e evitar, dessa forma, que sejam reproduzidas por criminosos.
O valor médio para produção de uma cédula é de R$ 0,20 - mil cédulas custam R$ 200 -, as cédulas menores têm custo menor (R$ 2 e R$ 5). Já as cédulas de R$ 100 possuem custo de produção maior.
Para identificar os elementos de segurança das cédulas, o cidadão pode acessar site banco Central ou o aplicativo Dinheiro Brasileiro. O crime de repasse de moeda falsa está previsto no artigo 289, §1º do Código Penal, com penas que variam entre 03 e 12 anos de reclusão.