As exportações do agronegócio do Rio Grande do Sul registraram queda de 34,5% no valor e de 43,5% no volume no mês de setembro na comparação com agosto. O resultado surpreendeu não pela redução, que é normal por ser um período de entressafra, mas pelo percentual que foi 10 vezes superior às projeções iniciais.
O resultado interrompeu sequência de quatro meses de recuperação do setor, conforme o Relatório de Comércio Exterior, divulgado nesta segunda-feira (10) pela Assessoria Econômica do Sistema Farsul.
Soja e fumo foram os principais responsáveis pelo resultado negativo na relação entre agosto e setembro. O grão teve queda de 52,7% no valor e de 51,5% no volume. Já o fumo registrou redução de 31,4% no valor e de 28,9% no voume.
Na comparação com setembro de 2015 e o mesmo período deste ano, os produtos também foram responsáveis pela queda de -32,3% no valor exportado, com soja registrando -42,4% e fumo -51,2%.
O economista da Farsul Antônio da Luz explica que, embora o resultado não seja favorável, o setor ainda espera encerrar o ano com crescimento de 2% nas exportações. Luz revela ainda que uma hipótese para o mau resultado é que o Estados Unidos esteja repetindo o fenômeno de 2015 quando vendeu todo o estoque de soja ao perceber que teria uma boa safra.
“A vantagem dos americanos é que eles chegam nos portos com muita agilidade, por possuírem uma logística melhor e, por isso, conseguem vender o produto mesmo quando é um período favorável para o Brasil”, destaca.
Entre janeiro e setembro, o acumulado é de US$ 8,743 bilhões, queda de 3,64% em relação ao mesmo período de 2015. Mesmo com resultado negativo, a participação do setor se mantém expressiva no total exportado pelo estado, respondendo por 64,1% das vendas, com US$ 835 milhões e a China continua sendo o principal comprador do agronegócio gaúcho.