O deputado Enio Bacci (PDT) iniciou nesta terça-feira (4) o recolhimento de assinaturas para a abertura da CPI do Badesul. O objetivo do deputado é investigar contratos de financiamentos do banco entre 2011 e 2014, durante o governo de Tarso Genro (PT).
Segundo Bacci, 15 parlamentares já assinaram o documento - para a abertura da investigação são necessárias 19. Ele ainda aguarda o posicionamento de alguns deputados, mas acredita que até a próxima semana terá atingido o número necessário.
O deputado usou a tribuna na sessão de hoje para pedir apoio dos demais colegas. Bacci ainda denunciou que o Piratini tem feito pressão para que parlamentares da base retirem assinaturas.
"Eles argumentam que estão protegendo a imagem do Badesul, mas eu justifico que a imagem da Petrobras, depois de toda a investigação que teve, agora que está melhorando. O Badesul investigado vai ficar mais fortalecido ainda, pior é não investigar", destaca.
Conforme Bacci, caso a investigação seja aberta, o deputado Marlon Santos (PDT) se colocou à disposição para ser a primeira testemunha ouvida, já que, na legislatura passada, já havia feito denúncias ao governo e ao Ministério Público sobre o caso e ainda guarda os documentos.
O líder do governo na Assembleia, Gabriel Souza, negou que o Piratini está tentando impedir a abertura da CPI. Ele afirma que, nesse momento, não é necessário apurar o caso, já que outros órgãos, como o próprio executivo, abriram sindicâncias para investigar o rombo no banco.
Reportagem de Zero Hora revelou que, somente em contratos com três empresas, o banco de fomento sofreu calote de R$ 157 milhões. Wind Power Energia, Iesa Óleo e Gás e DItalia Móveis tomaram empréstimos e apresentaram garantias bancárias frágeis, aceitas pela direção do banco à época. Depois, não pagaram as prestações ao Badesul, que ficou com a dívida. As três empresas estão em recuperação judicial.