O ciclo dos bichinhos resgatados por ONGs protetoras de animais deveria ser encontrar uma família após receber abrigo e cuidados. Contudo, nem sempre isso é possível devido a vários motivos, e eles acabam ficando nos abrigos prontos para encontrarem um novo lar.
Para cada pet salvo, muitos outros não têm a mesma sorte. Em 2014, a estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) era de que existiam no Brasil mais de 30 milhões de animais abandonados.
Parte da mudança dessa realidade de retirar os peludos de quatro patas das ruas deve-se ao amor dos voluntários pelos bichos. Um desses exemplos é da Brendha Moura, 21 anos, estudante de veterinária.
Ela é uma das sócias do Projeto Amor em Patas, que existe em Porto Alegre e em São Paulo, e começou com a ideia de conscientizar a importância de preservar a vida animal. A ONG promove resgates, reabilitação, castrações e adoções.
Segundo a voluntária, é comum as pessoas pedirem ajuda pelas redes sociais, mas nem sempre estão dispostas a socorrer. Brendha relembra de um caso em que foi até Canoas ajudar uma cadela fêmea que estava grávida. "Busquei ela e ela teve os filhotes, que em seguida foram doados", conta.
Também há caso de animais que tem limitações físicas. Panqueca era um vira-lata, que nasceu sem o movimento das patas traseiras. Mesmo assim, o pet frequentou o fisioterapeuta desde filhote. "Depois que levamos ele para fazer fisioterapia, vimos a necessidade de colocar ele numa 'cadeira de rodas', pra ele ter um pouco de sustentação", comenta Brendha.
Engana-se quem pensa que Panqueca não foi para um lar. O vira-lata foi adotado por uma família de Cachoeirinha.
Outro projeto em Porto Alegre, o Patas Dadas, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) foi criado em 2009. A organização conta com 100 voluntários, entre eles, Augusta Silveira, 23 anos, professora de história.
A relação dela com os cachorros começou ainda no colégio, quando resgatou uma das duas cadelas que tem. "Eu entrei na faculdade e vi que tinha vários animais abandonados, aí como queria ajudar me aproximei do voluntariado", explica. São cerca de 75 cães atendidos, atualmente, na sede, que em 7 anos encaminhou mais de 600 animais para adoção.
Dando uma dica para aqueles que pensam em amparar um dos pets, Augusta é direta: "Quem já vai com pensamento da adoção está um passo a frente daquele que quer comprar um cachorro. Pra adotar já é uma pessoa de coração aberto e vai receber o amor não importa de qual".
Feira de adoção
Quem ficou interessado em adotar um amiguinho tem a oportunidade neste sábado (24). A Secretaria Especial dos Direitos dos Animais (SEDA) está promovendo a feira "Me adota?".
O evento acontece das 10h às 16h30, na Unidade de Medicina Veterinária, na Estrada Bérico José Bernardes, 3489, na Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre.
Desde 2012, 1489 pets foram adotados através da Seda. Todos os animais são entregues desverminados, vacinados, castrados e micro chipados, com atendimento clínico veterinário vitalício.
Quer ajudar?
Patas Dadas - http://www.patasdadas.com.br/
Amor em Patas - http://www.amorempatas.com/#!contato/con8