O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, será ouvido na próxima quinta-feira (30) pela Justiça Federal, em Canoas. Ele é réu em uma ação civil pública de improbidade que apontou irregularidades na gestão de contratos entre empresas ligadas ao político com a Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). Padilha é reu na ação com mais duas pessoas, entre elas o ex-reitor da universidade Ruben Becker.
Conforme a investigação do Ministério Público Federal (MPF), duas empresas ligadas a Padilha — Fonte Consultoria e Assessoria Empresarial Ltda e a Rubi Assessoria e Participações Ltda — prestaram serviços remunerados à Comunidade Evangélica Luterana São Paulo (Celsp), mantenedora da Ulbra. No entanto, auditorias não encontraram documentos que comprovassem a realização dos trabalhos contratados. Ainda segundo o MPF, a pedido do político (à época deputado federal), bolsas de estudo foram concedidas sem os requisitos legais.
A apuração do MPF aponta que os pagamentos realizados pela mantenedora da Ulbra às empresas de Padilha são superiores a R$ 3,5 milhões. De acordo com o órgão federal, são fortes os indícios de que a Fonte Consultoria e Assessoria Empresarial Ltda foi criada exclusivamente para trabalhar para a Celsp.
A ação de improbidade, instaurada em 2014, é decorrente de investigações iniciadas há sete anos. Em 2009, o MPF em Canoas recebeu provas de que Padilha havia atuado em prol da Ulbra mediante vantagem pessoal se valendo de sua posição como parlamentar.
O processo não tramita em foro privilegiado por se tratar de uma ação civil.