A sessão do Conselho de Ética da Câmara, que analisaria o parecer prévio do relator Fausto Pinato sobre pedido de cassação de Eduardo Cunha, já começou tumultuada. Foi por pouco que a reunião não ocorreu por falta de plenário na casa.
Após conseguir uma sala emprestada de uma comissão e uma hora de espera por falta de quórum, o presidente do Conselho, José Carlos Araújo, abriu os trabalhos, mas não conseguiu dar andamento devido a tantas interrupções.
As manobras, feitas através de questionamentos a todo momento de deputados que apoiam Cunha, foram tantas que a sessão teve de ser suspensa, já que o presidente, alvo do Conselho, deu início à ordem do dia no plenário. Era este o objetivo dos aliados do deputado, uma vez que pelo regimento da casa, sessões deliberativas não podem transcorrer em paralelo ao plenário principal.
As discussões sobre o processo de cassação de Cunha serão retomadas à tarde. Está prevista manifestação dos advogados de defesa do parlamentar e também leitura do parecer prévio do relator, que defende a admissibilidade do processo.
O presidente foi denunciado pelos partidos Rede e PSOL por quebra de decoro parlamentar, sob justificativa de que mentiu na CPI da Petrobras ao negar possuir contas na Suíça. Os depósitos milionários foram conformados pelo Ministério Público Federal, que denunciou Cunha na operação Lava Jato.