O Rio Grande do Sul deu passos para trás neste ano no combate à violência contra a mulher. Levantamento do Diário Gaúcho mostra que 24 mulheres foram assassinadas desde janeiro em crimes passionais em Porto Alegre e cidades da Região Metropolitana. É o dobro de casos em relação ao mesmo período de 2014. Elas foram vítimas do ódio de seus companheiros e ex-companheiros.
Desde 2012, o feminicídio estava em queda. Numa análise rápida, nós poderíamos justificar a alteração na curva estatística pela extinção da Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres, incorporada como diretoria na Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos. Não tenho ainda a convicção nesta relação simples. É importante saber como ficaram os programas desenvolvidos, independentemente de ser secretaria ou diretoria. Como ficou a inovadora Patrulha Maria da Penha, da Brigada Militar? Será que os cortes de horas extras dos PMs afetam também as visitas das equipes às mulheres ameaçadas? E a Polícia Civil está conseguindo pedir as medidas protetivas?
O Gaúcha Repórter, na tarde desta segunda-feira (14), vai aprofundar a análise sobre a explosão da violência. Se não considerar só os crimes passionais, são 86 mulheres mortas neste ano na Região Metropolitana contra 55 no mesmo período do ano passado. O diagnóstico das causas do recrudescimento precisa ser rápido. Nós não podemos aceitar casos de homens que têm as mulheres como propriedade. É dever manter ações que protejam das ameaças àquelas que estão na mira de companheiros e ex-companheiros. Mulheres quem podem em breve entrar para a triste estatística.