O candidato à presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, participou do Painel RBS sobre as eleições de 2014 na manhã desta quinta-feira (25), em Porto Alegre. Sem poupar criticas a Dilma Rousseff (PT) e a Marina Silva (PSB), ele disse que quer acabar com o desperdício dos recursos públicos e fazer o Brasil crescer. Ao falar sobre as propostas para o Rio Grande do Sul, frisou que em seu governo não vai permitir desapropiações de áreas invadidas.
"Terra invadida não será desapropriada. Vamos garantir a segurança jurídica para quem produz", afirmou o candidato, que ainda elogiou a aliança com Ana Amélia Lemos no Estado, candidata ao governo pelo PP. Ainda sobre o agronegócio, o tucano frisou que produtores já são eficientes 'da porteira pra dentro' e que é necessário qualificar a infraestrutura no estado, citando o incremento de investimentos em ferrovias e hidrovias para o escoamento da safra agrícola. Ele ainda garantiu que as obras em andamento no Estado serão mantidas e aproveitou para criticar a demora na conclusão de obras. "O PT teve 12 anos para entregar a ponte do Guaíba e o metrô de Porto Alegre", alfinetou.
Durante a entrevista, o presidenciável defendeu a renegociação da dívida dos Estados, mas frisou que precisa conhecer todos os números das finanças federais, que hoje não seriam transparentes.
"Sempre defendi a renegociação da dívida porque não é justo pagar taxa de juro maior do que as (cobradas as) empresas amigas do governo. Fizemos negociação no Congresso Nacional, negociamos com o ministro Guido Mantega e acertamos a votação. O que aconteceu: o ministro vai ao gabinete do Senado dizer que não tem condições de assumir o compromisso que ele mesmo tinha firmado", disse.
Para Aécio, o recuo do governo foi um dos momentos "mais vergonhosos" da gestão de Dilma. "Darei prioridade a agenda da federação. Vamos mudar o indexador da dívida".
Na área econômica, o candidato tucano afirmou que já anunciou o nome do futuro ministro da Fazenda, Armínio Fraga, para dar previsibilidade ao mercado. Aécio considera que somente ele pode devolver confiança ao setor empresarial, para que retomem investimentos no país. "O PT perdeu muito tempo demonizando as parcerias com a iniciativa privada. Nós vamos intensificar as PPP's e retomar a taxa de investimento", prometeu.
Denúncias contra a Petrobras
"Quero ser presidente para encerrar ciclo de desperdício. Quero devolver a Petrobras aos brasileiros", afirmou ao reforçar as críticas às denúncias de corrupção envolvendo a petroleira. "A Petrobras é a ponta do iceberg. Existe uma organização criminosa no seio da maior empresa brasileira", complementou. Mais cedo, em entrevista coletiva, afirmou que a presidente Dilma Rousseff tem responsabilidade política nos casos de corrupção. "Não há como ela não saber", disparou.
O candidato também falou sobre o desempenho nas pesquisas eleitorais e sobre o fato de ainda não ter conseguido se firmar como uma alternativa ao PT. "Somos a única candidatura que cresceu em todas as últimas pesquisas. Tivemos duas eleições neste ano e agora o eleitor volta à razão. Nós vamos estar no segundo turno porque somos a alternativa segura para o Brasil", disse, numa referência à candidatura de Marina Silva (PSB), que aparece em segundo lugar nas pesquisas. O tucano fez questão de reforçar não faz ataques pessoais às adversárias. "Dilma perdeu condições de governar e Marina não as tem".
Ele ainda frisou que não era aliado do agronegócio por conveniência, mas que sempre defendeu o setor agropecuário. “Eu não mudo as minhas posições ao sabor das circunstâncias”, novamente fazendo referência à Marina Silva.
Ao reforçar as críticas à adversária, Aécio fez uma analogia com um torcedor da dupla Gre-Nal. "Imagina um torcedor que é colorado por 20 anos, mas não consegue se eleger presidente do clube e ainda começa a torcer pelo Grêmio. Ou vice-versa", comparou.
Questionado sobre o desempenho no Rio Grande do Sul, ele demonstrou convicção de que vai conseguir até o dia 5 de outubro reverter a terceira posição. Ele disse que o povo gaúcho vai ver quem tem a melhor proposta. "As pessoas aqui gostam da verdade. O atual governo fracassou, nos deixa uma herança perversa. (...) A Marina não mostra consistência nas propostas", afirmou.