Muitos gaúchos que moram do outro lado do mundo seguem mantendo as tradições gaudérias, como tomar chimarrão, fazer um bom churrasco aos domingos e dançar a boa música tradicionalista em CTG’s espalhados por diversos países. Em comum, esses desgarrados do pago cultivam acesa a chama da tradição e a saudade.
Porém, não é fácil manter a tradição gaúcha do outro lado do mundo. Já pensou a dificuldade em encontrar uma erva-mate na Suiça? País no qual os habitantes não fazem a mínima ideia do que é o chimarrão. Natural de Parobé, Josiel da Silva mora em Genebra e, para conseguir tomar o mate de todas as manhãs, precisa percorrer 300 quilômetros até a cidade de Zurique.
Ele chega a comprar até 200 pacotes de erva-mate, já que não é sempre que este único mercado possui o ingrediente principal do chimarrão. E deixa boa parte do salário de auxiliar de escritório na Suiça para manter a tradição.
“Na casa do gaúcho não pode faltar o chimarrão e o bom churrasco. Mas para manter viva esta tradição gasto boa parte do meu salário. É uma batalha conseguir a erva-mate. Tem apenas um mercado que vende. É uma luta chegar até lá, mas o bom gaúcho não pode desistir”, ressalta.
Nos Estados Unidos, as festividades farroupilhas já estão em pleno vapor no CTG de Boston. O gaúcho Carlos Souza, que mora em Boston desde de 2003 diz que a presença de um CTG nos Estados Unidos faz ele estar mais perto de sua cidade natal, que é Passo Fundo.
“O CTG aqui nos Estados Unidos virou um grande encontro dos brasileiros. Não temos apenas gaúchos. São cearenses, mineiros, cariocas e paulistas. Cultivamos a tradição e acima de tudo matamos um pouco da saudade do nosso Rio Grande do Sul”, afirma.
No Japão, o gaúcho Silvano Garcia mantém a tradição do bom churrasco de domingo. A carne é bem escolhida no meio da semana e os colegas da corporação já entraram no clima. “No começo os japoneses meus amigos achavam estranho assar uma carne com um espeto nos tijolos, mas agora curtem esta tradição”, lembra Silvano.
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