Já está em Santos (SP) o chefe de segurança aérea da National Transportation Safety Board (NTSB), Tim Monville, para participar das investigações sobre o acidente aéreo que matou, na quarta-feira (13), o candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB). Como o acidente envolve uma aeronave norte-americana, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) teve de acionar a NTSB, autoridade norte-americana responsável por investigar acidentes aéreos, conforme prevê a Organização Internacional da Aviação Civil.
Monville e outros técnicos dos Estados Unidos ajudarão os técnicos do Cenipa e da empresa fabricante da aeronave, Cessna Aircraft Company, a elucidar o acidente que resultou na morte de Campos e outras seis pessoas. Ontem (15), a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que a aeronave estava com a Inspeção Anual de Manutenção e o Certificado de Aeronavegabilidade válidos e que a última verificação anual completa das manutenções foi executada em fevereiro deste ano.
Ainda segundo a Anac, a aeronave em que viajava o candidato do PSB não poderia decolar sem o gravador de voz ativado, e que, embora não seja um item de segurança, o equipamento deve ser obrigatoriamente checado pelo comandante antes do início do taxiamento, conforme manual de operação do fabricante da aeronave.
O manual também estabelece que o cockpit voice recorder (CVR) deve ser verificado a cada 150 horas de voo ou 24 meses, o que ocorrer primeiro. De acordo com a Aeronáutica, o gravador de voz do jato Cessna 560XL não registrou as conversas ou sons ambientes em seu o último voo. Há apenas áudios gravados em voos anteriores.
A aeronave tem capacidade para nove passageiros. Apesar de ser propriedade da Cessna Finance Export Corporation, ela era operada pela empresa privada AF Andrade, por meio de arrendamento operacional (leasing), conforme Registro Aeronáutico Brasileiro.
Morte de Campos
O candidato à presidência da República Eduardo Campos, 49 anos, morreu em acidente aéreo na manhã no dia 13 de agosto, em Santos, no litoral de São Paulo. O jato particular onde o político estava caiu sobre uma área residencial e atingiu três casas. Outras seis pessoas morreram na tragédia.
De acordo com a Aeronáutica, a aeronave era um Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, que havia decolado do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao Aeroporto de Guarujá (SP). Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com o jato.
Nascido em Recife, em 10 de agosto de 1965, Eduardo Henrique Accioly Campos era economista. Em sua trajetória, foi secretário estadual, deputado federal, ministro da Ciência e Tecnologia e governador de Pernambuco por dois mandatos. Em abril deste ano, renunciou ao cargo para concorrer à Presidência, um ano após o seu partido, o PSB, romper com o governo Dilma.
Eduardo Campos era candidato pela coligação Unidos Pelo Brasil, que congregava seis partidos, tendo como vice a ex-senadora Marina Silva. Nas pesquisas, aparecia em terceiro lugar na disputa pelo Palácio do Planalto.
Campos era casado com a economista e auditora do Tribunal de Contas do Estado Renata Campos, com quem teve cinco filhos.