Mesmo sem data marcada, o sepultamento do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, já mobiliza equipes no Recife nesta quinta-feira (14). No cemitério Santo Amaro, na região central da capital pernambucana, operários atuam na limpeza, pintura, reparos no pavimento e iluminação no trajeto que será percorrido pelo cortejo fúnebre até o túmulo de Miguel Arraes, avô de Campos, onde o então candidato à presidência da República também será sepultado.
Os governadores de São Paulo e Pernambuco reúnem-se ao meio-dia de hoje na capital paulista para acertar detalhes do traslado dos restos mortais após a conclusão do trabalho de identificação, a cargo de uma equipe de peritos da Polícia Federal e do governo de São Paulo.
A previsão é que o velório ocorra no final de semana no Palácio Campo das Princesas, sede do governo pernambucano. O cerimonial prevê uma missão campal, aberta ao público, em frente ao prédio para que depois seja realizado cortejo fúnebre até o cemitério, localizado a cerca de dois quilômetros de distância.
Morte de Campos
O candidato à presidência da República Eduardo Campos, 49 anos, morreu em acidente aéreo na manhã no dia 13 de agosto, em Santos, no litoral de São Paulo. O jato particular onde o político estava caiu sobre uma área residencial e atingiu três casas. Outras seis pessoas morreram na tragédia.
De acordo com a Aeronáutica, a aeronave era um Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, que havia decolado do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao Aeroporto de Guarujá (SP). Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com o jato.
Nascido em Recife, em 10 de agosto de 1965, Eduardo Henrique Accioly Campos era economista. Em sua trajetória, foi secretário estadual, deputado federal, ministro da Ciência e Tecnologia e governador de Pernambuco por dois mandatos. Em abril deste ano, renunciou ao cargo para concorrer à Presidência, um ano após o seu partido, o PSB, romper com o governo Dilma.
Eduardo Campos era candidato pela coligação Unidos Pelo Brasil, que congregava seis partidos, tendo como vice a ex-senadora Marina Silva. Nas pesquisas, aparecia em terceiro lugar na disputa pelo Palácio do Planalto.
Campos era casado com a economista e auditora do Tribunal de Contas do Estado Renata Campos, com quem teve cinco filhos.