A cooperativa Piá apresentou nesta tarde dois laudos ao Ministério Público para tentar provar que não havia álcool etílico nos produtos da marca. As análises do Ministério da Agricultura, que apontam a existência da substância em lote de 100 mil litros de leite e 30 mil potes de requeijão da Piá foram realizadas sobre o leite cru. Por isso, o presidente da empresa, Gilberto Kny, alega que o produto final vendido ao consumidor não apresentou irregularidades:
"O que nós estamos colocando aqui é que o produto que chegou no leite UHT e no requeijão é um produto sem irregularidade. Nenhuma irregularidade. Esse é o ponto. Esse chegou no nosso consumidor sem irregularidade", defende.
A cooperativa Santa Clara também disse que fez testes de qualidade sobre o leite antes dele chegar à indústria e não encontrou álcool, conforme explica Alexandre Guerra, diretor administrativo da empresa:
"Por nós termos feito todos testes e nada constatado, industrializamos em leite pasteurizado. Em insdustrializar em leite pasteurizado, comercializamos ele, fizemos mais um teste no produto acabado e nada tinha de irregular", alega.
O promotor de Justiça da Defesa do Consumidor Alcindo Luz Bastos afirma que não restam dúvidas de que as fraudes foram realizadas entre as etapas de produção e transporte do leite:
"Se houve alguma falha, foi no controle de qualidade. A fraude, em si, que possa ter feito aparecer no leite esse álcool etílico, certamente foi numa fase anterior. Num percurso entre o produtor, o transportador até a chegada na plataforma da indústria", ressalta.
As empresas tem 20 dias para encaminhar novos documentos ao Ministério Público, que abriu dois inquéritos.
Gaúcha
Cooperativas negam existência de álcool em leite da Piá e Santa Clara
Ministério Público pediu que cooperativas entreguem novos documentos em 20 dias
Cristiano Goulart
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