O Ministério Público divulgou que produtor rural foi usado para receber e repassar ao grupo denunciado o dinheiro da fraude do leite no Noroeste gaúcho. O promotor Mauro Rochenbach apresentou nesta sexta-feira à Justiça de Ibirubá a denúncia contra 12 suspeitos de participação na adulteração com água e ureia. São empresários, funcionárias de posto de resfriamento, produtores rurais e o representante de uma cooperativa paranaense. Seis estão presos preventivamente desde a semana passada na cidade, após a Operação Leite Compen$ado. Todos foram denunciados por adulteração de produto alimentício, sendo que 11 são acusados também de formação de quadrilha. Três estão denunciados ainda por lavagem de dinheiro. O promotor de justiça Mauro Rochenbach conta que um produtor rural confirmou que emprestou notas fiscais e repassou aos fraudadores dinheiro que recebeu da indústria.
- Na nota declaravam volume acima do entregue pelo produtor, porque adicionavam a água. A indústria pagava o total da nota ao produtor, que dava a diferença ao grupo. Ele disse que não sabia e que foi um pedido do transportador, porque outros pequenos produtores não tinham nota - explica o promotor
O promotor tentará localizar outros produtores usados para receber o dinheiro da indústria que comprava o leite com água. Pela denúncia, entre dezembro de 2012 e maio de 2013, os denunciados se associaram para adulterar o leite in natura. Três transportadores se uniram na fraude, segundo o promotor Mauro Rochenbach. Eles levavam leite para posto de resfriamento usado por cooperativa paranaense. A investigação segue em Ibirubá e mais pessoas podem ser denunciadas nas próximas semanas.
Saiba mais:
Em Guaporé, o Ministério Público apresentou à Justiça na quarta-feira a primeira denúncia da Operação Leite Compen$ado. Na cidade da Serra, denunciou dois donos de uma empresa de transporte. Na semana que vem, o Ministério Público promete novidades nas investigações sobre a fraude do leite em outras cidades gaúchas. Nesta primeira etapa, a operação ocorreu em Guaporé, Ibirubá e Horizontina.
Entenda o Caso
Nove pessoas foram presas na Operação Leite Compen$ado, realizada pelo Ministério Público (MP) no interior do Rio Grande do Sul. No início do ano, foi descoberta uma fraude que pode causar problemas de saúde. De acordo com os promotores, atravessadores adicionavam ureia no leite para mascarar a adição de água durante o transporte entre a propriedade rural e as indústrias. As análises comprovaram a presença de formol, substância cancerígena. A operação foi realizada nas regiões de Horizontina, Ibirubá e Guaporé. Está proibida a comercialização de leite de vários lotes de sete marcas: Hollmann, Goolac, Só Milk, Italac, Líder, Mumu e Latvida.