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Exército israelense admite disparos contra ambulâncias em Gaza

AFP

O Exército de Israel admitiu neste sábado (29, data local) ter disparado contra ambulâncias e caminhões dos bombeiros na Faixa de Gaza, que identificou como "veículos suspeitos".

Depois de quase dois meses de trégua na guerra contra o movimento islamista palestino Hamas, Israel retomou há dez dias os bombardeios e as operações terrestres na Faixa de Gaza.

O incidente analisado pelo Exército israelense aconteceu no domingo passado, no bairro de Tal al-Sultan, na cidade de Rafah, próxima à fronteira com o Egito.

Segundo um comunicado militar enviado à AFP, as tropas israelenses "abriram fogo contra veículos do Hamas e eliminaram vários terroristas".

Minutos depois, "mais veículos avançaram suspeitosamente em direção às tropas [...] que responderam com disparos", relatou o Exército.

"Depois de uma investigação inicial, determinou-se que alguns dos veículos suspeitos [...] eram ambulâncias e caminhões dos bombeiros", acrescentou a força militar na nota.

O Exército não indica se foi alvo de disparos desses veículos, mas denunciou "o uso repetido" por parte das organizações em Gaza "de ambulâncias para seus objetivos terroristas".

No dia seguinte ao ocorrido, a Defesa Civil de Gaza indicou que não tinha notícias de uma equipe de seis socorristas de Tal al-Sultan que foram mobilizados para atender às vítimas.

Na sexta-feira, reportou a descoberta do corpo do chefe da equipe, uma ambulância e um caminhão dos bombeiros, além de um veículo do Crescente Vermelho, "reduzidos a um monte de sucata".

Um membro do escritório político do Hamas, Bassem Naim, acusou Israel de "um massacre brutal e deliberado" contra as equipes de resgate, o que "constitui uma violação flagrante da Convenção de Genebra e um crime de guerra".

O responsável do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU, Tom Fletcher, disse que, desde a retomada da ofensiva em Gaza em 18 de março, os ataques israelenses em áreas densamente povoadas "mataram centenas de crianças e outros civis".

"Pacientes mortos em suas camas de hospital. Ambulâncias alvejadas. Trabalhadores de emergência assassinados", acrescentou Fletcher em comunicado.

* AFP

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