A junta militar de Mianmar anunciou neste sábado (4) a anistia de quase 6.000 prisioneiros como parte da comemoração do aniversário da independência do país.
Os militares detiveram milhares de manifestantes e ativistas desde o golpe de Estado de fevereiro de 2021, que encerrou o breve experimento democrático e mergulhou o país no caos.
Mais de 5.800 prisioneiros, incluindo 180 estrangeiros, serão libertados, disse a junta em um comunicado no sábado, dia em que o país comemora 77 anos de independência do domínio colonial britânico.
Os militares declararam que ordenaram os indultos "por motivos humanitários e de compaixão". Também anunciaram que 144 pessoas condenadas à prisão perpétua teriam suas sentenças comutadas para 15 anos.
Mianmar frequentemente concede anistias a milhares de prisioneiros no âmbito de feriados ou festivais budistas. No ano passado, a junta militar concedeu anistia a mais de 9.000 detentos para marcar o aniversário da independência.
Neste sábado, cerca de 500 militares e membros do governo participaram da cerimônia anual, realizada na capital fortemente vigiada, Naypyidaw.
O discurso do chefe da junta, Min Aung Hlaing, que não compareceu ao evento, foi proferido pelo vice-chefe do exército, Soe Win.
A autoridade pediu às dezenas de grupos armados de minorias étnicas que lutam contra a junta há quatro anos que entregassem as armas para "resolver a questão política por meios pacíficos".
Também reiterou a promessa dos militares de realizar eleições democráticas e pediu unidade nacional.
* AFP