O Irã anunciou neste domingo (12) "a libertação e o retorno a seu país" de Mohamad Abedini, um iraniano preso em dezembro na Itália a pedido dos Estados Unidos, que o acusa de ter fornecido tecnologia militar à República Islâmica.
O anúncio chega pouco depois de Roma anunciar que pretendia revogar seu mandado de prisão e extradição.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baqai, "anuncia a libertação de Mohamad Abedini Najafabadi, um cidadão iraniano detido na Itália, e seu retorno a seu país", segundo um comunicado da pasta.
A Justiça iraniana havia anunciado previamente a volta iminente de Abedini a Teerã.
Mizan Online, o escritório de imprensa do Judiciário iraniano, disse que a "libertação" e o "retorno" de Abedini foram possíveis graças à intervenção do Ministério das Relações Exteriores.
As negociações entre "o serviço de inteligência da República Islâmica do Irã e o serviço de inteligência italiano" também desempenharam um papel importante, acrescentou.
Abedini, 38 anos, foi acusado por Washington de fornecer tecnologia militar ao Irã, violando as sanções impostas pelos Estados Unidos contra a República Islâmica. O governo americano solicitou sua prisão e extradição.
O Irã, por sua vez, nega as acusações e considera a sua prisão um "ato ilegal" que poderia prejudicar as relações entre Roma e Teerã.
O ministro da Justiça italiano, Carlo Nordio, entrou com um pedido em um tribunal de Milão para revogar a prisão e a extradição de Abedini.
Em comunicado, o Ministério da Justiça italiano disse que o pedido foi feito porque seus supostos crimes não são puníveis segundo a lei italiana ou não há provas.
O pedido chegou quatro dias depois de as autoridades iranianas libertarem Cecilia Sala, uma jornalista italiana que estava presa em uma cadeia de Teerã, após intensos esforços diplomáticos entre os dois países.
* AFP