Israel anunciou que vai fechar sua embaixada em Dublin, capital da Irlanda. O Ministério de Relações Exteriores israelense acusa o governo do país do norte europeu de praticar "políticas extremas anti-Israel", o que motivou a decisão.
Em comunicado divulgado neste domingo (15), o governo israelense afirmou que a Irlanda ultrapassou "todas as linhas vermelhas". A nota é assinada por Gideon Saar, ministro das relações exteriores de Israel.
A decisão é baseada em uma série de movimentos políticos do governo irlandês, como o apoio a uma ação da da África do Sul na Corte Internacional de Justiça, de Haia, na qual Israel é acusado de genocídio pela guerra em Gaza.
Outro caso que gerou desconforto entre os governos foi o reconhecimento, por parte de Irlanda, Espanha e Noruega, de um Estado palestino independente e incentivo para que outras nações façam o mesmo.
"As ações e a retórica antissemita usadas pela Irlanda contra Israel estão enraizadas na deslegitimação e demonização do Estado judeu, juntamente com padrões duplos. A Irlanda cruzou todas as linhas vermelhas em suas relações com Israel. Israel investirá seus recursos no avanço das relações bilaterais com países em todo o mundo de acordo com prioridades que também levem em consideração as atitudes e ações desses estados em relação a Israel", destacou o comunicado assinado por Saar.
Resposta irlandesa
O governo irlandês se defendeu das acusações e diz não praticar políticas "anti-Israel". Primeiro-ministro da Irlanda, Simom Harris divulgou uma nota em que afirma que o país "sempre defenderá os direitos humanos".
"A Irlanda é pró-paz, pró-direitos humanos e pró-direito internacional. A Irlanda quer uma solução de dois Estados e que Israel e Palestina vivam em paz e segurança. A Irlanda sempre defenderá os direitos humanos e o direito internacional", escreveu Harris.
O primeiro-ministro ainda diz estar "profundamente abalado com a decisão" e ressaltou que a política externa da Irlanda é baseada no diálogo. Segundo o governo irlandês, não há planos de fechar a embaixada irlandesa em Israel.
"Manter os canais abertos nunca foi tão importante para que possamos entender melhor as posições uns dos outros, mesmo quando discordamos", afirmou o irlandês.