Donald Trump, 78 anos, foi eleito nesta quarta-feira (6) o 47º presidente americano. Quatro anos após a derrota para Joe Biden, quando buscava a reeleição, o republicano volta a comandar a maior potência militar do planeta. Com um discurso forte sobre economia, Trump conquistou os eleitores. Veja, abaixo, os principais pontos da política republicana.
Sob o ponto de vista econômico, uma das bandeiras da campanha de Trump, o republicano mira no corte de taxas de ricos a pobres, na imposição de impostos a importações e no resgate de estímulos a indústrias vinculadas a combustíveis fósseis.
Imigração
Donald Trump: combater a imigração ilegal é um dos pilares de sua campanha. Culpa imigrantes por crimes cometidos nos EUA e defende ações radicais para conter e deportar ilegais. Ergueu ou fortificou 725 quilômetros do muro junto ao México no primeiro mandato e promete concluir a barreira se voltar ao poder. Quer promover a maior deportação em massa da história americana, prender todo imigrante ilegal ou que descumpra lei migratória e barrar a concessão de cidadania para filhos de ilegais.
Aborto
Donald Trump: apoia recentes restrições ao aborto. Em mais de uma oportunidade, reivindicou o crédito de ter nomeado três juízes conservadores para a Suprema Corte que ajudaram a derrubar a previsão constitucional que garantia às americanas o acesso ao aborto — abrindo caminho para normas estaduais mais restritivas. Desde então, pelo menos 21 estados dos EUA dificultaram o acesso ao procedimento. Tendo em vista preocupações de parte do eleitorado feminino, Trump diz não ter planos de impor uma proibição nacional ao aborto.
Clima
Donald Trump: quer reverter políticas adotadas pelo democrata Joe Biden para estimular uma transição energética para fontes mais limpas. O republicano retomaria investimentos em combustíveis fósseis como diesel, gás e carvão por considerar que o conceito de "aquecimento global" é uma estratégia criada pelos chineses para reduzir a competitividade americana. Trump retiraria os EUA do Acordo de Paris — firmado em 2015 com o objetivo de reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Ele chegou a anunciar a saída em 2017, mas Biden manteve os americanos sob o acordo.
Política externa
Donald Trump: daria "apoio total" a Israel, o que fortaleceria a atuação do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no enfrentamento a Hamas, Hezbollah e Irã, ao mesmo tempo em que defende cortar o envio de recursos para a Ucrânia na guerra com a Rússia. Trump já manifestou que buscaria uma paz negociada na região, o que permitiria aos russos ficar com parte do território ucraniano. É crítico ao alto volume de recursos colocados pelos EUA na Otan em comparação a outros países, e quer ampliar a taxação de produtos chineses como forma de conter o avanço dos asiáticos.
Economia
Donald Trump: o foco é o corte de impostos e de incentivos à transição energética verde, e o aumento de tarifas sobre produtos importados. Prevê estabelecer tarifas de 10% a 20% sobre importações em geral, que poderiam superar 60% em caso de produtos chineses. Também prevê reduzir a alíquota do imposto corporativo de 21% para 15% com a intenção de incentivar a produção nacional. Prevê corte geral de impostos, incluindo as classes mais altas, e retomada do apoio a indústrias de petróleo e gás.
Controle de armas
Donald Trump: pretende garantir o amplo acesso a armas por parte dos americanos e combater propostas que limitem a posse de armamento por cidadãos do país. Recentemente, declarou que iria “reverter todos os ataques de Biden à 2ª Emenda Constitucional” — dispositivo de 1791 que permite o porte e a posse de armas sob justificativa de legítima defesa. O republicano admite, porém, restringir o acesso a armamento entre pessoas suspeitas de terrorismo.