Os países em desenvolvimento precisam de recursos financeiros para manter sua ambição climática e este deve ser o tema essencial da COP29 em Baku, declarou nesta terça-feira (12) a ministra brasileira do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.
"Além dos diversos temas apresentados aqui, com certeza, estão os mecanismos de financiamento, sem os quais o que anunciamos se tornará apenas palavras", declarou Marina ao inaugurar o pavilhão brasileiro na COP29.
"Sem os meios de implementação, não será possível tirar essas propostas da teoria e colocá-las em prática. E é disso que os países em desenvolvimento precisam. É disso que os países desenvolvidos precisam, para que possamos lidar com um processo que já é realidade", acrescentou a ministra.
A 29ª conferência sobre mudança climática da ONU tem como principal objetivo a atualização da ajuda financeira que os países desenvolvidos devem entregar aos países mais vulneráveis.
A ajuda, avaliada em pouco mais de 100 bilhões de dólares anuais em 2022, deve ser multiplicada em 10 vezes, no mínimo, segundo os cálculos de observadores e dos países em desenvolvimento.
O mandato do histórico Acordo de Paris de 2015 é que a renegociação deve ser concluída antes de 2025. As quase 200 nações presentes em Baku têm, teoricamente, até 22 de novembro para concluir o novo pacto e suas condições (quem paga e como).
O Brasil apresentará oficialmente na quarta-feira em Baku todos os detalhes de seu novo compromisso de luta contra a mudança climática, ou NDC (sigla em inglês para Contribuições Nacionalmente Determinadas).
O governo brasileiro revelou na semana passada que sua nova meta de redução de gases do efeito estufa passa de 59% para 67% até 2035 com as novas NDC.
"Mas há outro aspecto a ser considerado: a transformação dos nossos modelos de desenvolvimento. Não basta adaptar, não basta mitigar; é preciso transformar", completou Marina.
Sobre a recente eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, Marina declarou à imprensa: "As políticas não vão ser descontinuadas e nós esperamos que toda a pressão que está sendo feita pelas sociedades dentro de cada país possa fazer com que os governos e as empresas possam aumentar seus esforços".
* AFP