O primeiro-ministro do Líbano, Nayib Mikati, afirmou nesta sexta-feira (1º) que os bombardeios contínuos de Israel mostram sua "rejeição" aos esforços para negociar uma trégua depois de mais de um mês de guerra.
"O prolongamento, mais uma vez, da agressão do inimigo israelense contra as regiões libanesas (...) e o fato de ter atacado mais uma vez os subúrbios do sul de Beirute com operações destrutivas, constituem indicadores que confirmam a sua rejeição de todos os esforços para conseguir um cessar-fogo", disse Mikati em comunicado.
A força aérea israelense lançou ao menos dez bombardeios na madrugada desta sexta-feira nos subúrbios ao sul de Beirute, um reduto tradicional do movimento pró-Irã Hezbollah.
Estes foram os primeiros ataques em uma semana contra esta zona nos arredores da capital do Líbano e regiões do sul e leste do país também sofreram bombardeios.
As declarações do chefe do governo libanês foram publicadas um dia depois da visita a Israel dos emissários dos EUA Amos Hochstein e Brett McGurk, que se reuniram com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para buscar "medidas para acabar com o conflito em Gaza" e falar "de uma solução política" no Líbano.
Netanyahu disse aos diplomatas americanos na quinta-feira que qualquer trégua deve "prevenir qualquer ameaça à sua segurança por parte do Líbano".
A guerra que assola a Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023 estendeu-se ao Líbano, onde Israel tem realizado ataques aéreos massivos contra o movimento xiita Hezbollah desde 23 de setembro e ataques terrestres no sul do país desde 30 de setembro.
"As declarações de Israel e as mensagens diplomáticas que o Líbano recebeu confirmam a obstinação de Israel em rejeitar as soluções propostas e em insistir na sua estratégia de massacre e destruição", declarou Mikati.
Pelo menos 1.829 pessoas morreram no Líbano desde a intensificação dos bombardeios, segundo um relatório da AFP baseado em dados do Ministério da Saúde libanês.
* AFP