O Governo da Guatemala anunciou, nesta segunda-feira (4), que denunciará o ex-presidente Alejandro Giammattei por "abuso de autoridade" e "tráfico de influência" devido à contratação de um funcionário que posteriormente foi sancionado pelos Estados Unidos.
Esta é a primeira denúncia apresentada pela administração de Bernardo Arévalo, no poder desde janeiro, contra o ex-mandatário de direita Alejandro Giammattei (2020-2024).
"Decidimos apresentar uma denúncia" contra o ex-presidente pelos crimes de "abuso de autoridade, tráfico de influência" e "descumprimento de deveres", anunciou em coletiva de imprensa o chefe da Secretaria Geral de Planejamento e Programação da Presidência (Segeplan), Carlos Mendoza.
Mendoza afirmou que Giammattei aprovou em janeiro de 2021 a contratação de Melvin Quijivix, sancionado dois anos depois pelos Estados Unidos por corrupção, como assessor na Segeplan, cargo que ele nunca chegou a exercer, segundo o Governo.
Quijivix foi designado representante da entidade perante a diretoria do Instituto Nacional de Eletrificação (Inde), que depois passou a presidir.
Ao ser destituído em meados de janeiro e pedir sua indenização, o ex-funcionário recebeu cerca de 103.000 dólares (cerca de R$ 502 mil na cotação da época) "em salários e benefícios por um serviço que nunca prestou na Segeplan", indicou Mendoza.
A vaga foi criada "sob medida" como uma "chave mestra" para acessar o Inde, onde Quijivix cometeu vários atos de corrupção e nepotismo, acusou o funcionário.
Giammattei, que foi sancionado pelos Estados Unidos como "corrupto" poucos dias após deixar a Presidência, goza de imunidade até 2028 como atual deputado do Parlamento Centro-Americano.
Arévalo chegou à Presidência com a promessa de combater a corrupção.
O presidente tem sido alvo do Ministério Público, que apresentou, sem sucesso até agora, diversas denúncias com a intenção de sabotá-lo.
Ele tenta destituir a procuradora-geral do país, Consuelo Porras, embora precise do apoio do Congresso para isso. Porras também foi sancionada pelo governo americano por acusações de corrupção.
* AFP