O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, se reuniu nesta quinta-feira (14) em Teerã com o ministro iraniano das Relações Exteriores para negociações sobre o programa nuclear do país.
O argentino Grossi teve uma reunião com o chanceler Abbas Araqchi, que em 2015 estava à frente da delegação iraniana nas negociações com as grandes potências.
Grossi chamou o encontro de "indispensável", em ma mensagem na rede X.
Araqchi afirmou que está "disposto a negociar com base em nossos interesses nacionais e nossos direitos inalienáveis, mas não estamos dispostos a negociar sob pressão ou intimidação".
A visita do diplomata argentino acontece uma semana após a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, o que provocou o temor de um aumento das tensões entre Teerã e Washington.
Grossi, que chegou a Teerã na quarta-feira, também teve uma reunião com Mohamad Eslami, diretor da Organização de Energia Atômica do Irã (OEAI).
Ele também deve ser reunir com o presidente iraniano, Masud Pezeshkian, segundo a imprensa estatal.
Araqchi foi um dos principais negociadores nas conversações nucleares que levaram à assinatura de um acordo nuclear histórico entre o Irã e as grandes potências, incluindo os Estados Unidos, em 2015.
O texto previa uma flexibilização das sanções internacionais contra o Irã em troca de garantias de que o país não tentaria adquirir armas nucleares.
Durante o seu primeiro mandato (2017-2021), Trump promoveu uma política de "pressão máxima" contra Teerã, restabelecendo as sanções e retirando os Estados Unidos do acordo.
Desde então, a República Islâmica aumentou drasticamente as suas reservas de urânio enriquecido para 60%, não muito longe dos 90% necessários para desenvolver uma bomba atômica, segundo a AIEA.
O retorno de Grossi ao Irã, após uma visita em maio, acontece neste contexto. "As margens de manobra estão começando a diminuir para o Irã", alertou em uma entrevista à AFP na terça-feira, antes de destacar que é "imperativo encontrar maneiras de alcançar soluções diplomáticas".
Pezeshkian, que deseja a flexibilização das sanções contra seu país para estimular a economia, se mostrou favorável a novas negociações para reativar o acordo nuclear.
* AFP