O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alertou nesta sexta-feira (15) sobre uma nova era de mudanças políticas ao participar de sua última reunião com aliados importantes durante a cúpula Ásia-Pacífico (Apec), marcada pelo retorno de Donald Trump ao poder.
"Agora chegamos a um momento de mudança política significativa", declarou Biden ao se encontrar com os líderes do Japão e da Coreia do Sul em Lima, no Peru, no âmbito da Apec.
Biden indicou que esta provavelmente seria sua última reunião com o grupo, que ele promoveu no último ano como um contrapeso à Coreia do Norte. O presidente acrescentou que a aliança trilateral "foi feita para durar". "Essa é minha esperança e minha expectativa", afirmou.
Biden também expressou preocupação com a "perigosa e desestabilizadora cooperação" entre a Coreia do Norte e a Rússia, em meio ao crescente temor sobre o envio de tropas por parte de Pyongyang - que possui armas nucleares - para apoiar a Rússia na guerra contra a Ucrânia.
A Casa Branca informou que os três líderes anunciarão a criação de uma secretaria para formalizar a aliança lançada no ano passado, durante uma cúpula em Camp David.
"Estamos focados em garantir que institucionalizemos a aliança trilateral para que ela se torne uma característica duradoura da política americana", declarou o assessor de Segurança Nacional, Jake Sullivan, aos jornalistas que acompanhavam Biden na quinta-feira.
Sullivan também disse esperar que o grupo continue existindo durante um segundo mandato de Trump.
"Esperamos plenamente que a aliança seja mantida no próximo governo, embora, obviamente, eles tomem suas próprias decisões", comentou.
A viagem de Biden à cúpula da Apec no Peru e ao G20 no Brasil, na próxima semana, foi ofuscada pela vitória de Trump nas eleições de 5 de novembro.
A agenda de Trump, marcada pelo lema "Estados Unidos em primeiro lugar", ameaça desestabilizar as alianças do país, como ocorreu em seu primeiro mandato. No entanto, a indicação de membros de seu gabinete favoráveis a uma política externa rigorosa em relação à China pode significar que ele ainda pretende contar com o apoio de Seul e Tóquio.
* AFP