Agricultores bloquearam o porto Bordeaux, no sudoeste da França, nesta quinta-feira (21), no quarto dia de protestos para aumentar a pressão contra a assinatura do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, e para exigir melhorias salariais.
Membros do sindicato Coordenação Rural bloquearam novamente o acesso ao sexto maior porto da França e a um depósito de petróleo com pneus, cabos e tratores, o que gerou uma longa fila de caminhões.
Os manifestantes exigem do governo soluções "estruturais" para a profissão, segundo a líder sindical Aurélie Armand.
— Queremos reformas para viver, para termos um salário decente — acrescentou.
Ainda no Sudoeste, agricultores do sindicato continuam ocupando uma unidade da rede varejista de alimentos Leclerc. As autoridades exigem que o local seja desocupado até sexta-feira.
Em Estrasburgo, uma dúzia de tratores tomou o centro da cidade para distribuir 600 quilos de maçãs aos pedestres.
Menos de um ano depois de uma mobilização histórica, os sindicatos agrícolas denunciam que o governo não cumpriu todas as promessas feitas, e temem a assinatura de um acordo comercial entre UE e Mercosul.
— Nos próximos dias, farei anúncios sobre a simplificação (burocrática para o setor) — afirmou a ministra da Agricultura, Annie Genevard, nesta quinta-feira.
A ministra defendeu ainda que os pesticidas "autorizados na Europa sejam também autorizados na França", uma reivindicação tradicional do setor que acredita que a legislação francesa é muito mais rigorosa e prejudica a sua capacidade de competir dentro do bloco europeu.
Uma das suas exigências é, por exemplo, a retomada da autorização de um inseticida neonicotinoide, utilizado pelos produtores de beterraba-sacarina e de avelã.