O presidente ucraniano Volodimir Zelensky assinou, nesta quarta-feira (9), um acordo bilateral de cooperação na área da defesa e fez um apelo à unidade europeia para garantir a paz durante uma cúpula Ucrânia-Sudeste Europeu, antes de continuar uma viagem que inclui, até o sábado, visitas a Vaticano, França e Alemanha.
Zelensky indicou que nos próximos dias se reunirá com os primeiros-ministros de Reino Unido e Itália. Um porta-voz do governo britânico informou que o ucraniano conversará com o premiê Keir Starmer na quinta-feira.
A viagem ocorre no momento em que o Exército ucraniano encontra-se com dificuldades em relação às tropas russas e a menos de um mês da incerta eleição presidencial nos Estados Unidos, cujo resultado pode colocar em risco o apoio crucial de Washington a Kiev.
Em Dubrovnik, o presidente ucraniano reuniu-se com o primeiro-ministro croata, Andrej Plenkovic, para discutir "cooperação em defesa e desminagem", cuidados "para os soldados feridos" e assinou "um acordo de cooperação e apoio a longo prazo", informou Zelensky na rede social X. "Juntos desenvolveremos a cooperação entre as nossas indústrias de defesa", acrescentou.
"A Croácia traz para a Ucrânia a sua experiência única em desminagem, julgamento de crimes de guerra, cuidado de veteranos e nossa experiência no processo de adesão à União Europeia", escreveu Plenkovic, na mesma rede social.
Nos últimos dois anos, Zagrebe enviou ajuda no valor de 300 milhões de euros (1,8 bilhão de reais na cotação atual) à Ucrânia, principalmente militar, acrescentou Plenkovic, que visitou Kiev três vezes desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022.
Após o início da cúpula, o primeiro-ministro croata afirmou que "os ucranianos continuam defendendo suas casas com a maior coragem. Apoiar a Ucrânia não é apenas uma questão de solidariedade, é um interesse essencial para a segurança de todos nós".
Zelensky advertiu, por sua vez, que "embora possa haver tensões políticas, devemos garantir que a nossa união dentro da Europa permaneça tão estável quanto possível. Se a Europa não estiver unida hoje, não estará em paz. Portanto, os processos de adesão [à União Europeia] devem ser concluídos".
Ele também mencionou que o plano de paz elaborado por Kiev será apresentado em uma conferência prevista para novembro.
Este plano "pode fechar a lacuna entre a situação atual e uma cúpula de paz bem-sucedida. Para nós, é um plano para a vitória [...] e quando for totalmente implementado, a Rússia perderá a sua capacidade de nos ameaçar e ameaçar a Europa", assegurou.
A reunião contou com a presença de presidentes, chefes de governo e ministros das Relações Exteriores de Albânia, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Croácia, Grécia, Kosovo, Moldávia, Montenegro, Macedônia do Norte, Romênia, Sérvia, Eslovênia e Turquia.
Zelensky tem prevista uma viagem a Paris, onde se reunirá com o presidente francês Emmanuel Macron, e no dia seguinte irá ao Vaticano para se encontrar com o papa Francisco.
Na sequência, viajará à Alemanha, país em que será recebido no sábado pelo chefe de governo Olaf Scholz, e no qual participará de uma reunião internacional sobre a defesa da Ucrânia, que foi adiada depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, cancelou sua viagem devido à chegada do furacão Milton, que ameaça a Flórida.
Pelo menos seis pessoas morreram e 11 ficaram feridas nesta quarta-feira em um bombardeio russo na província ucraniana de Odessa, no sul do país. O ataque atingiu um navio porta-contêineres civil com bandeira do Panamá, informou o governador regional, Oleh Kiper.
Por sua vez, a Ucrânia afirmou nesta quarta que suas forças destruíram uma instalação militar que armazenava centenas de drones de ataque no oblast russo de Krasnodar, no sul do país.
* AFP