O presidente do Equador, Daniel Noboa, entregou, nesta segunda-feira (28), às Forças Armadas mais de uma centena de fuzis e pistolas apreendidas do crime organizado durante operações contra o narcotráfico.
Estas armas "estavam destinadas a cometer crimes, eram usadas para atentar contra vidas inocentes, mas hoje servirão para protegê-las, para serem usadas contra nossos verdadeiros inimigos, os narcoterroristas, os delinquentes", disse Noboa no evento em que apresentou o armamento.
Em uma longa mesa cercada de militares, as autoridades exibiram o armamento avaliado em um milhão de dólares (R$ 5,6 milhões, na cotação atual), que inclui 122 fuzis e 48 pistolas. As armas foram apreendidas em novembro de 2023 nas ilhas Galápagos durante uma operação naval e provinham da América Central.
A transferência das armas apreendidas aos militares é resultante da consulta popular de abril em que 65% dos equatorianos aprovaram esta medida.
"Membros das nossas Forças Armadas, com este arsenal vocês vão poder responder às ameaças de quem pretender atentar contra a sua integridade e a dos cidadãos. Usem-nas com determinação e com o apoio da lei", expressou Noboa, que declarou o país em um conflito armado interno para combater o crime organizado.
Situado entre a Colômbia e o Peru, os maiores produtores de cocaína do mundo, o Equador tem enfrentado nos últimos anos um aumento do narcotráfico e da violência. O país encerrou o ano de 2023 com o recorde de 47 homicídios por 100.000 habitantes, contra 6/100.000 em 2018.
"Os grupos criminosos vêm tentando semear o medo, desestabilizar a ordem, e gerar violência mediante o uso ilegal de armas", assinalou o almirante Jaime Vela, chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas.
Um informe do Observatório Equatoriano do Crime Organizado (OECO) assinala que o preço de um fuzil no mercado ilegal pode chegar a 15.000 dólares (cerca de R$ 85.000, na cotação atual), enquanto uma pistola nova pode custar até 2.000 dólares (R$ 11.000). Já um revólver usado pode ser comprado por 250 dólares (aproximadamente R$ 1.400).
* AFP