O presidente venezuelano Nicolás Maduro afirmou, nesta quinta-feira (19), que seu adversário nas eleições presidenciais, Edmundo González Urrutia, lhe pediu "clemência" para conseguir sair da Venezuela e ir para a Espanha.
— Ao final me dá vergonha alheia que o senhor González Urrutia, que me pediu clemência, não tenha palavra com o que se empenhou e alegue sua própria inépcia e sua própria covardia para tentar salvar sei lá o que — afirmou Maduro.
Urrutia, por sua vez, disse ter sido "coagido" por autoridades venezuelanas para conseguir partir para o exílio.
— Sinto vergonha alheia pelo "pataruco" (galo que não serve para a rinha), no final se mostrou um "pataruco" (...). Ninguém pode alegar sua própria inépcia em defesa própria. González Urrutia, ninguém pode alegar sua própria covardia e sua própria traição a seus seguidores em defesa própria — continuou Maduro.
A reação do presidente ocorre em resposta a uma mensagem de González Urrutia, após a divulgação de uma carta, assinada por ele e pelo presidente do Parlamento, o dirigente chavista Jorge Rodríguez, na qual foi exposto um acordo para que o opositor deixasse a Venezuela.
— Estando (refugiado) na residência do embaixador da Espanha, o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, e a vice-presidente da República, Delcy Rodríguez, se apresentaram com um documento que teria que referendar para permitir minha saída do país. Em outras palavras, ou assinava ou enfrentava as consequências — revelou Urrutia.
O opositor de Maduro, refugiado na Espanha desde 8 de setembro, denuncia fraude nas eleições de 28 de julho e reivindica sua vitória.
O Parlamento Europeu o reconheceu, nesta quinta-feira, como "presidente legítimo" da Venezuela, em meio a questionamentos à reeleição de Maduro, uma resolução que o Parlamento venezuelano qualificou de "agressão nefasta".
Os Estados Unidos e vários países latino-americanos também reconheceram González Urrutia como o vencedor do pleito.