A questionada Procuradoria da Guatemala pediu, nesta quarta-feira (21), à Suprema Corte a suspensão da imunidade do presidente Bernardo Arévalo, ao acusá-lo de ter autorizado pagamentos "ilegais" a empreiteiras, informou um promotor.
"Foi apresentada" à Suprema Corte a solicitação de "retirada de julgamento da denúncia [privação da imunidade] contra o senhor presidente" pelos crimes de abuso de autoridade, usurpação de atribuições e resoluções violatórias da Constituição, disse o promotor Rafael Curruchiche, durante coletiva de imprensa.
O promotor, sancionado pelos Estados Unidos e pela União Europeia por ser considerado "corrupto" e "antidemocrático", acusou o presidente social-democrata de ter ordenado à ex-ministra das Comunicações, Jazmín de la Vega, os pagamentos de contratos milionários de empresas supostamente envolvidas em atos de corrupção.
"Os disparates do senhor Curruchiche não têm cabimento em nenhuma ação penal", reagiu a Secretaria de Comunicação Social da Presidência, em mensagem enviada à imprensa.
Arévalo e a questionada procuradora-geral, Consuelo Porras, travam uma guerra sem trégua desde o ano passado, na qual ambos põem seus cargos em risco.
O caso atual resulta de uma denúncia apresentada contra Arévalo em 16 de julho por Ricardo Méndez Ruiz, presidente da ultradireitista Fundação contra o Terrorismo e também sancionado por Washington por corrupção.
"Pudemos estabelecer, então, que o senhor presidente [...] é a principal pessoa que fomenta a corrupção e fomenta a impunidade na Guatemala", afirmou Curruchiche.
* AFP