Mais de 10 mil procedimentos judiciais foram abertos na Rússia por "descrédito" ao Exército desde março de 2022, informou nesta quarta-feira (14) o veículo independente Mediazona com base em dados dos tribunais.
A Rússia ampliou seu arsenal repressivo desde o início de sua invasão à Ucrânia em fevereiro de 2022, castigando a divulgação do que considera "informação falsa" sobre o Exército e o "descrédito" de suas forças armadas.
Até o final de 2022, a polícia russa havia iniciado 5.614 processos contra indivíduos acusados de terem "desacreditado" o Exército, e 8.590 no total até ao final de 2023, segundo o Mediazona, que obteve estes dados dos tribunais russos.
Os 10.000 procedimentos foram ultrapassados "na primeira semana de agosto", observou o veículo.
Estes processos são abertos por uma suposta violação do artigo do código administrativo russo que proíbe o "descrédito" das forças armadas, que sujeita a multas entre 300 e 500 euros (1.810 e 3.017 reais na cotação atual).
No entanto, um indivíduo pode ser processado criminalmente "em caso de violação repetida" deste artigo no ano seguinte à primeira sanção, e pode pegar até sete anos de prisão.
Até o momento, 194 pessoas responderam a processos penais deste tipo, segundo a ONG de direitos humanos OVD-Info.
* AFP