A Corte Constitucional da Tailândia destituiu, nesta quarta-feira (14), o primeiro-ministro Srettha Thavisin e todo o seu governo por má conduta ética, em uma nova guinada político-judicial no reino, uma semana após a ordem de dissolução do principal partido de oposição.
Os deputados se reunirão na quinta-feira às 10h locais (00h em Brasília) para encontrar um sucessor, anunciou o Parlamento nesta quarta.
Espera-se que a coalizão no poder comunique o nome de seu candidato ou candidata na quinta-feira, após uma reunião pela manhã.
A política neste país do sudeste asiático acumula duas décadas de instabilidade crônica marcadas por golpes, protestos nas ruas e decisões judiciais, parcialmente alimentadas pela antiga disputa entre o Exército, as elites monárquicas e partidos progressistas como o Pheu Thai, de Srettha.
A denúncia contra o primeiro-ministro, com menos de um ano no cargo, foi apresentada por um grupo de ex-senadores nomeados pela antiga junta militar da Tailândia.
Os juízes da Corte Constitucional consideraram, por cinco votos a favor e quatro contra, que Srettha violou as regras éticas ao nomear um advogado condenado por corrupção como ministro do seu gabinete.
"Respeito o veredicto. Reitero que, durante quase um ano que estou no cargo, tentei com boas intenções liderar o país de maneira honesta", declarou Srettha à imprensa do lado de fora de seu gabinete.
Na leitura do veredicto, o juiz Punya Udchachon afirmou que o primeiro-ministro "não teve honestidade e violou os princípios éticos" ao nomear Pichit Chuenban, que havia sido condenado em 2008 a seis meses de prisão, como ministro.
O mesmo tribunal dissolveu, na semana passada, o principal partido da oposição, o Move Forward Party (MFP), que venceu as eleições do ano passado, e baniu seu líder Pita Limjaroenrat de qualquer atividade política durante 10 anos por prometer uma reforma da lei rigorosa que estabelece o crime de lesa-majestade no reino.
* AFP