Em uma coletiva de imprensa após o fechamento das urnas venezuelanas, a líder da oposição, María Corina Machado, reforçou o pedido de fiscalização das atas das zonas eleitorais para impedir que o atual governo de Nicolás Maduro tente fraudar o processo eleitoral.
Venezuelanos foram às urnas neste domingo (28) em uma eleição que irá determinar o rompimento ou a continuidade do chavismo, no poder há 25 anos. Maduro enfrenta como principal adversário Edmundo González Urrutia, que representa María Corina Machado. Ela foi impedida de concorrer ao pleito devido a uma inabilitação política.
— Nenhum fiscal eleitoral deixa a zona eleitoral sem a ata da urna. Nossas testemunhas têm o direito de obter seu certificado. Esse é o momento mais crítico e, o melhor modo de nos defender é estando presentes na seção eleitoral. O mundo está conosco — disse María Corina Machado.
A campanha de González disse que o índice de participação da população nas urnas deve chegar a 54,8%. O número é projetado com base nos relatos de fiscais de mesa da oposição com acesso às zonas de votação e, se confirmado, deve favorecer a chapa da Plataforma Unitária.
Há temores crescentes entre opositores, especialistas e alguns observadores eleitorais de que o governo de Maduro tente fraudar o resultado eleitoral.
— Tivemos um dia histórico e enorme. Nunca visto nos últimos anos. Pedimos às testemunhas que permaneçam nos centros e recebam as atas — pediu González.
Maduro diz que irá respeitar o resultado
Mais cedo, ao votar em Caracas, Maduro afirmou que vai "garantir" que sejam respeitados os resultados das eleições em que aspira a um terceiro mandato de seis anos.
— Reconheço e reconhecerei o árbitro eleitoral, os boletins oficiais e garantirei que sejam respeitados. Apelo aos 10 candidatos presidenciais a respeitarem, a garantirem o respeito e a declararem publicamente que respeitarão o boletim oficial do Conselho Nacional Eleitoral.
Vice de Maduro fala em tom otimista
Em coletiva de imprensa no início da noite, Jorge Rodríguez, coordenador da campanha de Maduro e ex-vice-presidente da Venezuela, disse, em um aparente tom otimista, que os resultados das eleições presidenciais "foram uma vitória para todos", ressaltando a segurança do processo eleitoral.
Ele indicou que não poderia anunciar os resultados, mas convidou os seus seguidores a comparecerem "onde souberem" depois de o órgão eleitoral apresentar os números destas eleições.
Rodríguez garantiu que o partido no poder respeitaria a decisão no momento em que o Conselho Nacional Eleitoral ler o primeiro boletim, "com a tendência irreversível do resultado eleitoral de hoje".
— O povo falou e a voz do povo deve ser respeitada e todos nós faremos com que seja respeitada — disse ele, afirmando que o partido no poder respeita as leis.