O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, anunciou neste domingo (30) que distribuiu 12 dos 32 ministérios aos partidos da oposição que fazem parte de sua coalizão de governo, após seu próprio partido, o Congresso Nacional Africano (CNA), que governa desde o fim do apartheid, perder a maioria absoluta.
Ramaphosa, 71 anos, foi reeleito para um segundo mandato pelos deputados após as eleições gerais de 29 de maio, depois que o CNA forjou um pacto sem precedentes com a Aliança Democrática (AD), partido liberal de centro-direita liderado pelo político branco John Steenhuisen, e outros grupos.
Steenhuisen entrará no governo como ministro da Agricultura, anunciou Ramaphosa neste domingo à noite. Seu partido obtém seis ministérios, entre eles Educação, Trabalho Públicos e Meio Ambiente.
O presidente acrescentou que os partidos da oposição que chegam ao governo de coalizão terão um total de 12 dos 32 ministérios.
O novo governo será composto por "uma diversidade de partidos políticos", anunciou o gabinete do presidente em um comunicado.
Durante as tensas negociações, Ramaphosa precisou equilibrar as exigências de seu próprio partido e do restante da coalizão.
O CNA - do icônico líder anti-apartheid Nelson Mandela - foi o partido mais votado na eleição, conquistando 159 dos 400 deputados na legislatura. O AD ficou em segundo lugar, com 87 cadeiras.
Ramaphosa tinha pela frente o desafio de montar um governo que enfrente os problemas da economia, com o desemprego em um nível nunca visto antes, e resolva questões relacionadas à segurança pública.
A África do Sul, que faz parte do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) de potências emergentes, também enfrenta frequentes cortes de energia devido à deterioração da infraestrutura energética do país.
* AFP