A pressão sobre Joe Biden após o desempenho desastroso no primeiro debate da corrida presidencial dos Estados Unidos aumentou na noite desta sexta-feira (28) com a publicação, por alguns dos principais veículos de imprensa do país, de editoriais que defendem a saída dele da disputa. Mais cedo, ele afirmou que não desistirá.
Os editoriais dos jornais The New York Times, The Wall Street Journal e Financial Times e da revista The Economist argumentam que Biden não demonstrou condições de derrotar o adversário, Donald Trump, e que um eventual retorno do republicano à Casa Branca representaria um risco à democracia americana.
Durante o debate, promovido na quinta-feira (27) pela CNN, Biden, que tem 81 anos, estava com uma aparência frágil, teve uma performance marcada por falas confusas e não conseguiu rebater informações falsas ditas por Trump. Desde então, vozes do Partido Democrata vem defendendo que ele abra mão de tentar a reeleição e seja substituído por outro nome.
No editorial, o New York Times afirmou que Biden, em mais de um momento no debate, "teve dificuldade para chegar ao fim de uma frase". "Não se pode esperar que os eleitores ignorem o que era evidente: Biden não é o homem que era há quatro anos", disse, em referência à eleição em que Biden derrotou Trump.
Na mesma linha, o Wall Street Journal alegou que Biden "claramente não está preparado para mais quatro anos", enquanto o Financial Times afirmou que ele "parece demasiado frágil para prosseguir a sua missão de derrotar Trump pela segunda vez". "Os debates podem influenciar as eleições, e este pode ser o momento em que a esperança foi perdida", diz o texto.
A The Economist afirmou que, se Biden "realmente se preocupa com a sua missão, então o seu último e maior serviço público deveria ser o de deixar de lado outro candidato democrata".
Na tarde desta sexta-feira (28), em um comício na Carolina do Norte, ele sinalizou que não pretende desistir da campanha e disse que não estaria concorrendo se não acreditasse que tem condições.
— Eu sei que não sou um homem jovem, para dizer o óbvio. Sei que não caminho tão facilmente como antes, não falo tão bem como antes, não debato tão bem como antes, mas sei o que sei. Eu sei dizer a verdade — afirmou em tom firme, bem diferente do visto na noite anterior.
Dentre os nomes ventilados como possíveis substitutos de Biden, estão a vice-presidente Kamala Harris e os governador da Califórnia, Gavin Newsom, de Michigan, Gretchen Whitmer, e de Illinois, JB Pritzker.