A Cúpula do G7, na Itália, entra no segundo e último dia nesta sexta-feira (14), com uma controvérsia sobre a inclusão de uma menção ao direito ao aborto legal e seguro no documento final do encontro dos líderes dos países. As informações são do g1.
Joe Biden, Emmanuel Macron, Olaf Scholz e Justin Trudeau tentaram incluir a frase, e houve um conflito com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, que exigiu que o trecho fosse retirado do texto.
Em abril, o governo italiano deu permissão para que grupos antiaborto tentem convencer mulheres a não abortar dentro das clínicas especializadas no procedimento.
No encontro do G7 do ano passado, o documento final defendia o direito ao aborto seguro e legal. No entanto, neste ano, isso não deve acontecer. A primeira-ministra Meloni insistiu para que a expressão seja excluída do texto, segundo autoridades ouvidas pela agência de notícias Reuters e pelo “The Washington Post”.
Diplomatas americanos, franceses, canadenses e alemães fizeram pressão para que a frase conste no texto. De acordo com o “Washington Post”, Biden, que tenta se reeleger nos EUA neste ano e defende o direito ao aborto em sua campanha, ameaçou até mesmo não assinar o documento se a frase não for incluída.
O presidente da França falou a jornalistas sobre o tema. Ele disse que na França há igualdade entre homens e mulheres, mas que essa “não é uma visão compartilhada por todos no espectro político”.
Em entrevista a jornalistas, a primeira-ministra italiana respondeu sem citar o nome do presidente francês.
— É profundamente errado, em tempos difíceis como esses, fazer campanha (para eleições) usando um fórum importante como o G7.
A Cúpula começou na quinta-feira, com a presença de líderes dos países-membros e convidados. O presidente Lula está participando do encontro como convidado.
Fazem parte do G7 Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão.
O principal tema da cúpula este ano é a ajuda à Ucrânia, que está em guerra contra a Rússia desde fevereiro de 2022 e pede ajuda ao Ocidente diante da escassez de recursos financeiros e militares. Antes do encontro, na noite de quarta-feira, os líderes do G7 fecharam um acordo para destinar à Ucrânia US$ 50 bilhões (cerca de R$ 270 bilhões) este ano respaldado em ativos russos congelados, segundo a Presidência francesa. Desafios relacionados à Inteligência Artificial, migração, o ressurgimento militar russo e poder econômico da China estão entre os tópicos a serem discutidos.