O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, cancelou, neste sábado(15), sua participação na cúpula pela paz na Ucrânia, celebrada na Suíça, e criticou o encontro por "construir blocos para a guerra".
"O que encontramos em relação à conferência pela paz, entre aspas, na Suíça, é basicamente um alinhamento à guerra, por isso decidi suspender minha visita", disse o presidente à imprensa em Estocolmo, onde chegou em visita de Estado.
Petro tinha previsto ir neste sábado da Suécia para a Suíça, onde líderes de 50 países se encontram para elaborar um roteiro para a paz entre a Ucrânia e a Rússia, que não participa do evento.
"Estamos dispostos a participar de uma conferência que livremente se dedique a buscar caminhos para a paz e não a construir blocos para a guerra", afirmou o presidente de esquerda, que diz ser defensor de uma solução "pacífica" para o conflito que começou em fevereiro de 2022.
A cúpula pela paz acontece entre hoje e amanhã, no luxuoso complexo hoteleiro de Burgenstock, onde estarão os líderes do G7, com exceção do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. A vice-presidente americana Kamala Harris irá representá-lo.
Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, que integram o G7, anunciaram nesta semana um empréstimo de 50 milhões de dólares (268 milhões de reais, na cotação atual) para Kiev, financiados com os juros dos ativos russos congelados.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que ordenará um cessar-fogo e iniciará as negociações "em breve" com a Ucrânia, caso o país retire suas tropas das zonas em disputa e não entre na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A proposta foi recusada por Kiev e seus aliados ocidentais.
A Colômbia é um país sócio da Otan e os Estados Unidos o consideram um de seus principais aliados na região.
Entretanto, Petro é o primeiro presidente de esquerda na história do país sul-americano, e tem se distanciado das posições diplomáticas das potências ocidentais.
No ano passado, o presidente rejeitou um pedido de Washington para enviar armas à Ucrânia e tem sido um crítico ferrenho de Israel pelo conflito em Gaza, que chama de "genocídio".
* AFP