O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, anunciou, nesta quarta-feira (12), que chegou a um acordo com a Hungria para que o país não bloqueie os planos da Aliança Atlântica de ter um papel mais relevante na coordenação da ajuda para a Ucrânia.
"Concordamos que a Hungria não impedirá que os demais aliados se comprometam a apoiar financeiramente a Ucrânia e que a Otan desempenhe um papel de maior liderança na coordenação", declarou Stoltenberg em uma coletiva de imprensa em Budapeste.
Em troca, a Hungria "obteve a garantia de que não será obrigada a participar" dos esforços da Otan, disse o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, que indicou ter tido "uma conversa difícil, mas construtiva".
Para a cúpula da Otan em julho, Stoltenberg prepara uma proposta para reforçar o papel da aliança militar na coordenação das entregas de armas para a Ucrânia e o treinamento de suas tropas.
Além disso, busca a manutenção da ajuda para o país, que luta desde fevereiro de 2022 contra uma invasão rusa, no valor de 40 bilhões de euros (R$ 232 bilhões) anuais.
Os ministros da Defesa dos membros da Otan se reunirão na quinta-feira em Bruxelas para tentar selar um acordo definitivo. Os demais países parecem ter dado seu aval, embora ainda restem detalhes técnicos a serem finalizados.
Desde o início do conflito na Ucrânia, Orban se recusou a enviar ajuda militar a Kiev, endureceu recentemente a postura da Hungria e acusa a Otan de arrastar os membros da aliança para "uma conflagração global".
* AFP