O presidente Luis Abinader é o favorito para vencer as eleições de domingo (19) na República Dominicana, graças à grande popularidade por sua gestão da economia e da pandemia de covid-19 e, sobretudo, pela sua dura política em relação ao Haiti.
Mais de oito dos 11 milhões de dominicanos estão registrados para comparecer às urnas nestas eleições gerais, nas quais serão escolhidos 190 deputados e 32 senadores.
Abinader, que busca um segundo mandato de quatro anos, é o favorito entre os nove candidatos, com 60% das intenções de voto, de acordo com a última pesquisa do Gallup, instituto costarriquenho considerado por analistas como um dos mais confiáveis.
Em segundo lugar está o ex-presidente Leonel Fernández (1996-2000; 2004-2008 e 2008-2012), com 25%, enquanto Abel Martínez aparece com 13%.
Segundo os dados da pesquisa, Abinader pode alcançar a reeleição se obtiver 50% mais um dos votos no domingo. Caso contrário, o segundo turno ocorrerá em 30 de junho.
"Ele terá uma reeleição confortável. Ele soube tomar medidas que irão agregar apoio à reeleição: subsídios, aumento do emprego, a questão da migração haitiana", disse à AFP a cientista política dominicana Rosario Espinal.
Sua política em relação ao Haiti recebeu forte apoio, de acordo com as pesquisas. Desde que chegou ao poder, o presidente de 56 anos aumentou as operações de imigração, construiu um muro em parte da fronteira e fechou a migração do país vizinho, devastado por uma crise política e humanitária crônica, agravada pela violência imposta pelas gangues que controlam grande parte do território.
Os candidatos concordam em defender as deportações para o Haiti - mais de 250 mil em 2023 - e em aumentar as medidas de segurança na fronteira.
"Continuaremos deportando quem quer que seja ilegal", disse Abinader em um debate há três semanas. "Temos este direito", concordou Fernández. Ambos criticaram a pressão internacional para que a República Dominicana recebesse refugiados haitianos.
- "Melhor gestão" -
A gestão de Abinader tem aprovação de 70%, de acordo com o instituto Gallup, que destacou que 47,5% acreditam que "as coisas" no país "estão no caminho certo" e 40% estimam que a situação econômica "está melhor agora".
"Estabilizar um país não é tão fácil e colocá-lo para funcionar corretamente também não (...), isso leva tempo. É por isso que a população quer dar uma chance" à Abinader, disse à AFP Genry Pérez, de 30 anos.
O atual presidente rebate as acusação de Fernández, de que manipulou os indicadores econômicos, afirmando que teve a "melhor gestão" da pandemia de covid-19, e comemora suas conquistas na economia, citando o elevado crescimento, a inflação "dentro dos limites" e baixo índice de desemprego.
O Banco Mundial projeta um aumento de 5% do PIB no final do ano, assim como o FMI, que destaca o "potencial" do país "para se tornar uma economia avançada" nas próximas décadas.
Além disso, Abinader afirma que votar em Fernández é "voltar" à corrupção, que prometeu combater desde sua primeira campanha eleitoral.
As pesquisas projetam que o Partido Revolucionário Moderno (PRM) do atual presidente levará a maioria dos assentos no Congresso. Esta legenda política já obteve 120 das 150 prefeituras nas eleições municipais em fevereiro, consideradas um teste para o pleito de domingo.
* AFP