A polícia da Armênia anunciou, nesta segunda-feira (27), a detenção de 273 manifestantes que tentavam bloquear algumas rodovias da capital Yerevan como protesto pela cessão de terras para o Azerbaijão, no âmbito das negociações de paz.
O ministério armênio do Interior informou em um comunicado que "273 cidadãos foram detidos por se recusarem a obedecer às ordens legítimas da polícia".
O movimento de protesto começou no mês passado neste país do Cáucaso, depois que o governo concordou em ceder a Baku os territórios que controlava desde a década de 1990.
Na sexta-feira, como parte de uma etapa crucial para a normalização das relações entre os dois países rivais, que travaram várias guerras, a Armênia entregou ao Azerbaijão quatro localidades na fronteira.
Centenas de manifestantes saíram às ruas em toda a Armênia nesta segunda-feira, depois que milhares de pessoas protestaram no domingo para exigir a renúncia do primeiro-ministro Nikol Pashinyan.
O território cedido tem importância estratégica para a Armênia, país sem acesso ao mar, pois controla trechos de uma importante rodovia que segue até a vizinha Geórgia.
Os habitantes armênios das localidades vizinhas afirmam que a medida os separa do resto do país e acusam o primeiro-ministro de ceder territórios sem obter nada em troca.
Pashinyan garante, por sua vez, que esta decisão visa garantir a paz com Baku.
A Armênia e o Azerbaijão, duas ex-repúblicas soviéticas vizinhas, entraram em confronto várias vezes pelo controle da região de Nagorno-Karabakh. A primeira guerra, na década de 1990, foi vencida pela Armênia e deixou mais de 30 mil mortos.
Mais tarde, o Azerbaijão recuperou o controle de parte da região em 2020, antes de tomá-la inteiramente após uma ofensiva relâmpago em setembro de 2023, expulsando os separatistas armênios que a governaram durante três décadas.
* AFP