Rússia e Nicarágua assinaram nesta segunda-feira (22) uma declaração rejeitando as sanções dos Estados Unidos e da União Europeia e buscando medidas para "contrabalançar, mitigar e reparar os impactos adversos".
Ambos os países enfrentam sanções econômicas dos Estados Unidos e da União Europeia. A Rússia devido à sua guerra na Ucrânia e a Nicarágua porque o presidente Daniel Ortega foi reeleito em eleições questionadas e reprimiu seus críticos.
"O recurso de qualquer Estado a medidas coercitivas unilaterais é ilícito, contrário à Carta das Nações Unidas e ao direito internacional", afirma a declaração assinada pelo ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, e pelo conselheiro presidencial nicaraguense e responsável pelos assuntos com a Rússia, Laureano Ortega Murillo.
"Qualquer sentença estrangeira resultante da aplicação de leis, ordens e regulamentos nacionais que imponham medidas coercitivas unilaterais a outros Estados não deve ser reconhecida", acrescenta a declaração assinada em Moscou e publicada em meios de comunicação oficialistas da Nicarágua.
Ambos os países concordaram em "elaborar um plano de ação para reduzir a dependência do comércio internacional das moedas nacionais que tendem a ser utilizadas para aplicar medidas coercitivas", referindo-se ao dólar americano.
Nicarágua e Rússia reativaram suas relações de cooperação econômica e militar em 2007 com o retorno ao poder de Ortega, um antigo aliado de Moscou desde a revolução sandinista de 1979 até 1990.
"Serão feitos esforços para criar instituições financeiras interestatais regionais ou de outro tipo para fortalecer suas relações financeiras bilaterais e multilaterais e eliminar práticas e processos desiguais", acrescenta a declaração.
Laureano Ortega Murillo é filho do presidente da Nicarágua e de sua esposa e vice-presidente, Rosario Murillo.
* AFP