Nesta terça-feira (2), o procurador-geral do Peru, Juan Villena, anunciou que a investigação sobre a posse de pelo menos três relógios de luxo não declarados pela presidente do país, Dina Boluarte, foi ampliada para incluir um suposto aumento patrimonial em suas contas bancárias e a posse de joias.
— A acusação foi ampliada para incluir a posse de uma pulseira Cartier de US$ 56 mil (R$ 282 mil) e joias que ela teria usado em cerimônias que superariam os US$ 500 mil (R$ 2,5 milhões) — disse Villena à comissão de fiscalização do Congresso.
A declaração foi feita no mesmo dia em que foi negado o pedido de Dina Boluarte para antecipar seu depoimento no Ministério Público, previsto para sexta-feira (5).
O procurador explicou que o depoimento imediato não foi aceito devido à ampliação da investigação. A presidente pretendia esclarecer rapidamente o caso, diante "da turbulência política" causada.
Segundo o procurador-geral, também é investigada a origem de depósitos bancários de 1 milhão de soles (cerca de R$ 1,35 milhão) nas contas de Boluarte durante o período em que ela atuou como ministra entre 2021 e 2022.
A comissão de fiscalização convocou Boluarte, mas ela não compareceu por ter outras reuniões agendadas, segundo a secretaria presidencial.
A presidente peruana deve comparecer na próxima sexta-feira ao Ministério Público para explicar, pela primeira vez, a origem dos relógios Rolex e das joias. A polícia fez uma busca surpresa em sua casa e no gabinete presidencial em 30 de março à procura desse suposto patrimônio, que não foi encontrado.
A presidente, uma advogada de 61 anos, é investigada desde meados de março pelo Ministério Público por suposto enriquecimento ilícito, diante de indícios de que não declarou os relógios de luxo como parte de seus bens.