A candidata de direita, Gordana Siljanovska-Davkova, venceu com uma ampla vantagem o primeiro turno das eleições presidenciais da Macedônia do Norte, marcadas pela questão de se o país deve ou não aceitar as condições colocadas por Bruxelas para entrar na União Europeia.
O país balcânico, uma antiga república iugoslava com 1,8 milhão de habitantes e uma importante minoria albanesa, é candidato à UE desde 2005. Em 2020, conseguiu aderir à Otan, depois de mudar seu nome por exigência da vizinha Grécia.
Agora enfrenta as exigências de outro vizinho e membro da UE, a Bulgária, que pediu o reconhecimento da minoria búlgara na Constituição e que a língua macedônia, da família eslava, seja considerada um dialeto do búlgaro.
Partidária de esperar por uma eventual adesão à UE antes de modificar a Constituição, a candidata do partido de direita VRMO-DMPNE, Gordana Siljanovska-Davkova, venceu no primeiro turno o presidente em exercício, o social-democrata Stevo Pendarovski.
Com 90% dos votos apurados, Siljanovska-Davkova obteve 39,97% dos votos, contra 19,90% para Pendarovski, indicou a comissão eleitoral.
Embora ainda esteja pendente o segundo turno em 8 de maio, a candidata de direita celebrou o "início de uma nova era". "Tenho certeza de uma coisa: o que prometi, farei à minha maneira", disse.
Pendarovski admitiu que esperava "uma diferença menor". "Mas amanhã é outro dia".
Depois de conseguir a adesão à Otan em seu primeiro mandato, este professor universitário de 61 anos propunha revisar imediatamente a Constituição para fazer avançar as negociações com a UE.
"Minha missão é promover a Europa em que acredito, um Estado que não está isolado, que estará integrado à Europa", afirmou.
Sua rival, a quem derrotou no segundo turno de 2019, defende não modificar a carta magna até conseguir o acesso ao bloco, uma posição que o governo atual qualifica como pouco realista.
"Se bastasse revisar a Constituição para entrar na UE, já estaríamos dentro", defendeu em campanha esta professora de Direito de 71 anos.
Para o segundo turno, será crucial o alinhamento dos outros cinco candidatos, entre eles dois da minoria albanesa que juntos obtiveram mais de 23% dos votos.
Mas em meio ao debate europeu, muitos cidadãos consideram que o mais urgente é parar a sangria da emigração juvenil.
"A situação está cada vez mais insustentável, os jovens estão indo embora e nos perguntamos quem vai ficar aqui, como vamos trabalhar", resumiu a funcionária Sanja Jovanovic-Damjanovska.
"Quero que a Macedônia se integre à Europa para que tenhamos trabalho", disse o carpinteiro Faik Kurtis. "Que os jovens não vão para o exterior, que fiquem aqui".
* AFP