Mais de 50.000 pessoas foram deslocadas pelos confrontos em uma área disputada do norte da Etiópia, informou a ONU, 10 dias após a explosão do conflito entre os combatentes das regiões de Tigray e Amhara.
"O número de pessoas deslocadas pelos confrontos armados (...) desde 13 e 14 de abril superou 50.000", afirmou a ONU na noite de segunda-feira, citando como fontes as autoridades locais da área em disputa.
"A situação humanitária é desesperadora. Milhares de mulheres e crianças precisam de ajuda humanitária para sobreviver", acrescentou a organização.
As forças de Amhara ocuparam Raya Alamata, no sul de Tigray, durante uma guerra de dois anos entre o governo etíope e as autoridades regionais.
Com o acordo de paz entre o governo do primeiro-ministro Abiy Ahmed e as autoridades rebeldes de Tigray, as forças de Amhara - que apoiaram as tropas federais durante o conflito - deveriam sair de Raya Alamata após a assinatura do pacto em Pretória, em novembro de 2022.
O governo federal e as autoridades de Tigray se recusaram a responder os pedidos de comentários da AFP. Verificar a situação na área em disputa com fontes independentes é impossível, pois o acesso dos meios de comunicação ao norte da Etiópia é severamente restrito.
No sábado, as embaixadas de vários países, incluindo Estados Unidos, Japão, Reino Unido e França, pediram uma "desescalada e a proteção dos civis".
A Etiópia, segundo país mais populoso da África (120 milhões de habitantes), é cenário de vários conflitos locais.
* AFP