A televisão russa exibiu neste sábado (23) imagens de interrogatórios dos quatro supostos autores do massacre de mais de 130 pessoas ocorrido na véspera em uma sala de shows de Moscou.
Autoridades informaram sobre a prisão de 11 pessoas envolvidas no atentado, incluindo os quatro supostos agressores, na região de Briansk, na fronteira com a Ucrânia e Belarus.
O canal público Pervy Kanal mostrou imagens dos suspeitos, três deles com o rosto ensanguentado, sendo escoltados por agentes armados. Um dos detidos estava com a cabeça enfaixada e apresentava vestígios de sangue na área da orelha direita.
Durante os interrogatórios, dois suspeitos admitiram culpa e um deles afirmou ter agido por dinheiro. "Eu matei pessoas por dinheiro", declarou, acrescentando que lhe ofereceram "meio milhão de rublos" (R$ 27.065) e que já havia recebido metade em sua conta bancária.
Segundo meios de comunicação russos e o deputado Alexandre Jinstein, alguns detidos são naturais do Tadjiquistão, uma ex-república soviética na fronteira com o Afeganistão, com presença do grupo Estado Islâmico (EI), que reivindicou a autoria do atentado.
Os relatórios indicam que os suspeitos são estrangeiros, mas não citam a nacionalidade dos mesmos.
O Pervy Kanal mostrou o interrogatório do indivíduo com a cabeça enfaixada e manchas de sangue na área da orelha, mas não mencionou o vídeo que circula nas redes sociais, cuja autenticidade a AFP não pôde verificar, no qual um homem de cabelos escuros aparece no chão, com um pedaço da orelha cortado. Uma pessoa de uniforme camuflado tenta colocar o pedaço amputado na boca dele e lhe aplica um soco em uma das bochechas.
Segundo o presidente, Vladimir Putin, e os serviços de inteligência russos (FSB), os suspeitos se dirigiam para a Ucrânia, onde tinham contatos que os ajudariam a passar pelo controle da fronteira. O vídeo, no entanto, não faz menção à Ucrânia.
* AFP