O megapacote de medidas do presidente da Argentina, Javier Milei, sofreu revés nesta terça-feira (6) em razão da falta de apoio na Câmara dos Deputados. A reforma, conhecida como Lei Ônibus, voltará a ser debatidas do zero em uma comissão.
Oscar Zago, líder da bancada governista, pediu moção "para que o assunto volte à comissão", o que foi aceito pelos legisladores que, assim, deixaram sem efeito a aprovação geral prévia do pacote de medidas, o que aconteceu na última sexta-feira (2).
A atitude do parlamentar se deu após o governo sofrer derrotas na votação de artigos sobre temas importantes, como privatizações de empresas públicas e reformas da dívida.
"Nosso programa de governo foi votado por 56% dos argentinos, e não estamos dispostos a negociá-lo com aqueles que destruíram o país", reagiu Milei na rede social X.
A deputada opositora Myriam Bregman ressaltou que "isso significa que eles têm que recomeçar do zero. O repúdio popular se fez sentir em todo o país", prosseguiu, referindo-se aos protestos da semana passada em frente ao Congresso durante o debate.
Esta é a primeira vez na história da Câmara argentina que um texto já aprovado em plenário volta a uma instância anterior.
O projeto original havia sido muito cortado quando foi aprovado na semana passada. O texto de Milei tinha 664 artigos. Uma versão com 382 artigos que começou a ser votada nesta terça-feira.