Quase 500 rinocerontes morreram no ano passado na África do Sul por causa da caça furtiva, 11% a mais que em 2022, apesar dos esforços do governo para impedir o comércio ilegal de chifres, informou o ministério do Meio Ambiente nesta terça-feira (27).
A África do Sul é o lar da maioria dos rinocerontes do mundo e a caça furtiva, estimulada pela demanda da Ásia onde os chifres são utilizados na medicina tradicional por seu suposto efeito terapêutico, é comum no país.
O Ministério do Meio Ambiente revelou que 499 desses herbívoros de pele grossa morreram em 2023, sobretudo em parques estatais.
A maioria foi caçada na província oriental de KwaZulu-Natal, onde se encontra o parque Hluhluwe-Imfolozi, a reserva mais antiga da África, que perdeu 307 animais.
"É a maior perda por caça furtiva nesta província", afirmou a ministra do Meio Ambiente, Barbara Creecy.
"Equipes multidisciplinares continuam trabalhando sem descanso para frear essa pressão", declarou.
As autoridades endureceram nos últimos anos a segurança ao redor do Parque Nacional Kruger, na fronteira com Moçambique, cuja população de rinocerontes caiu drasticamente nos últimos 15 anos.
Ela relatou uma queda de 37% na morte de rinocerontes no local em 2023, mas, ao mesmo tempo, empurrou os caçadores para reservas regionais e privadas como Hluhluwe-Imfolozi.
Os chifres de rinocerontes são apreciados em mercados ilegais onde o preço por peso é comparável ao do ouro e ao da cocaína.
A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), no entanto, informou no ano passado que os esforços de preservação permitiram um aumento no número de rinocerontes na África.
Havia cerca de 23.300 exemplares no continente no final de 2022, 5,2% a mais que no ano anterior, indicou a UICN.
Cerca de 15.000 deles vivem na África do Sul, segundo estimativas da Fundação Internacional do Rinoceronte.
"Esses números atualizados da UIC dão esperança, mas os avanços seguirão sendo frágeis, enquanto continuar a crise da caça furtiva", afirmou Jeff Cooke, do Fundo Mundial para a Vida Silvestre, nesta terça-feira.
* AFP