As declarações do presidente russo, Vladimir Putin, durante uma entrevista ao apresentador americano Tucker Carlson, na qual descarta a ideia de invadir a Polônia ou a Letônia, "não têm qualquer credibilidade", considerou nesta sexta-feira (9) o vice-primeiro-ministro polonês, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz.
Na entrevista, transmitida na quinta-feira, quando questionado se poderia "imaginar um cenário" em que "tropas russas seriam enviadas para a Polônia", Putin disse: "Não temos interesse na Polônia, na Letônia ou em qualquer outro lugar. Por que faríamos isso? Simplesmente não temos nenhum interesse".
Mas, segundo Kosiniak-Kamysz, também Ministro da Defesa, "essas declarações não têm credibilidade".
"A Polônia tem deveres a cumprir como Estado-membro da Otan e da União Europeia. A Polônia e as suas autoridades têm, acima de tudo, compromissos para com os seus cidadãos", disse ele.
A Polônia compartilha fronteira com a Ucrânia, país que a Rússia invadiu no final de fevereiro de 2022. Como resultado dessa ofensiva, Varsóvia empreendeu um custoso plano para reforçar as suas capacidades de defesa, ao qual atribui até 4% do seu Produto Interno Bruto (PIB).
"Façamos o nosso trabalho, preparemo-nos para situações diferentes, não podemos baixar a vigilância por nada, e palavras como essas, claro, não contribuirão para isso, muito pelo contrário", sublinhou Kosiniak-Kamysz perante a imprensa em Varsóvia.
Na entrevista a Carlson, jornalista conservador próximo do ex-presidente Donald Trump, Putin considerou que é "impossível" que as forças de Moscou sejam derrotadas na Ucrânia e apresentou a Rússia como um país vítima das traições ocidentais.
* AFP