Três partidos de oposição de El Salvador pediram, nesta segunda-feira (19), a anulação por supostas "irregularidades" das eleições legislativas de 4 de fevereiro, que foram vencidas por ampla margem pelo partido do presidente Nayib Bukele, que foi reeleito.
O escrutínio final das eleições legislativas foi recém-concluído no domingo e espera-se que nesta segunda-feira o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) oficialize a formação da nova Assembleia Legislativa, de 60 assentos. No entanto, o governismo se antecipou e disse ter conquistado 54 cadeiras, ampliando seu domínio.
"Viemos ao Tribunal Supremo Eleitoral para pedir a anulação da eleição legislativa e para pedir também que se repita tal eleição pelas graves violações aos direitos políticos da cidadania e de todos os candidatos", disse à imprensa a deputada Claudia Ortiz, do partido centrista Vamos.
Os partidos de direita Aliança Republicana Nacionalista (Arena) e Nosso Tempo também apoiaram o pedido para anular a votação.
"Todo o processo das eleições legislativas esteve repleto de irregularidades", por isso "é necessário repetir as eleições", afirmou o presidente do Arena, Carlos García Saade.
O TSE deverá decidir nos próximos dias se aceita ou não esse pedido.
"O princípio de não deturpar a vontade popular foi violentado gravemente", afirmou Ortiz.
A deputada alegou que "não houve segurança na cadeia de custódia" dos pacotes com as cédulas com os resultados da eleição.
"Alguns pacotes pareciam que haviam sido abertos e qualquer um pode ter colocado ou retirado cédulas de votação", insistiu a deputada.
O presidente do Arena também alegou que "o sistema para a contagem de votos da votação legislativa não funcionou" no dia das eleições.
Em um comunicado, no sábado, a missão de observação eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) disse estar "preocupada" com "a demora e falta de uniformidade no escrutínio final".
Bukele foi reeleito com esmagadores 84,65% dos votos na disputa presidencial simultânea à legislativa, segundo a apuração oficial, favorecido por sua cruzada contra as gangues.
O partido Novas Ideias de Bukele controlava o Congresso salvadorenho desde 2021 e ampliará seu domínio se o TSE confirmar que a legenda terá 54 deputados.
* AFP