O governo dos Estados Unidos afirmou neste domingo (25) que os diálogos internacionais em Paris sobre a guerra em Gaza chegaram a um "entendimento" sobre um possível acordo para que o Hamas liberte os reféns e para um novo cessar-fogo na região.
Uma delegação de Israel, liderada pelo diretor do Mossad, David Barnea, viajou à capital francesa na sexta-feira para discutir um acordo que assegure um novo cessar-fogo e a libertação dos sequestrados pelo Hamas, mantidos em cativeiro em Gaza, em troca de prisioneiros palestinos detidos por Israel.
— Representantes de Israel, Estados Unidos, Egito e Catar se reuniram em Paris e chegaram a um entendimento entre os quatro sobre como devem ser os contornos básicos de um acordo sobre os reféns para um cessar-fogo temporário — afirmou o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, ao canal CNN.
— Os detalhes ainda estão sendo negociados. Serão necessárias discussões indiretas do Catar e Egito com o Hamas porque, em última análise, eles terão de concordar em libertar os reféns — acrescentou.
— Este trabalho está em curso. E esperamos que nos próximos dias possamos chegar a um ponto em que tenhamos, de fato, um acordo firme e final sobre esta questão — completou o conselheiro.
As negociações para um cessar-fogo foram retomadas em Doha entre os quatro países, além de representantes do Hamas, informaram neste domingo fontes próximas ao governo egípcio.
No ataque de 7 de outubro, o grupo islamista palestino tomou quase 250 pessoas como reféns: 130 permanecem em Gaza, incluindo 30 que as autoridades israelenses acreditam que foram mortas.
Assim como na trégua anterior de uma semana, em novembro, que possibilitou a libertação de mais de 100 reféns e 240 prisioneiros palestinos, Catar, Egito e Estados Unidos lideram os esforços para obter um novo acordo.
A pressão internacional para um cessar-fogo aumentou nas últimas semanas, à medida que o número de mortos na ofensiva militar de Israel no território palestino se aproxima de 30.000, a maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
Israel prometeu "aniquilar" o Hamas, que governa Gaza, em resposta ao ataque de 7 de outubro que matou 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço AFP baseado nos números divulgados pelas autoridades israelenses.
Netanyahu defende operação militar em Rafah
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo que uma operação militar em Rafah deixaria o país a algumas semanas de uma "vitória total" sobre o Hamas.
— Se tivermos um acordo (de cessar-fogo), será adiado de alguma maneira, mas vai acontecer— declarou ao canal americano CBS.
— Se não tivermos um acordo, faremos de qualquer maneira. Tem que ser feito porque a vitória total é o nosso objetivo e a vitória total está dentro do nosso alcance, e não daqui a meses meses, mas semanas, assim que começarmos a operação — acrescentou.