O hospital Nasser, localizado na cidade de Khan Younis e considerado o mais importante ao sul da Faixa de Gaza, foi atacado pelas forças armadas de Israel, segundo a agência de notícias palestina WaFa. As Forças de Defesa israelenses afirmam que o hospital era usado como base militar do grupo terrorista Hamas e escondia alguns reféns sequestrados.
A equipe médica da instituição fez um apelo por ajuda, na quarta-feira (14), diante da situação da instalação, sem água potável, com esgotos transbordando no pronto-socorro e franco-atiradores nos telhados. Nas últimas semanas, cerca de 10 mil civis deslocados pela guerra se abrigaram nesta unidade hospitalar, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2007. O órgão informou ainda que milhares de pessoas, incluindo pacientes, tiveram de abandonar o local, e alertou que a situação neste hospital é "catastrófica".
O Exército israelense declarou em comunicado que os soldados "abriram uma rota segura pra retirar civis refugiados na região do hospital Nasser", acrescentando que "não tinha a intenção de evacuar pacientes ou a equipe médica". Segundo estes militares, os soldados receberam "instruções precisas" para proteger os civis e as estruturas de saúde.
Apesar das negociações para uma trégua, Israel intensificou os bombardeios nesta quinta-feira (15), e Khan Yunis se tornou o epicentro dos combates. O Ministério da Saúde de Gaza, sob controle do Hamas, afirmou que 107 pessoas morreram nas últimas 24 horas, sendo uma delas no hospital.
— Foi uma noite escura, com uma onda de bombardeios e explosões — contou à AFP Mohammed al Astal, enfermeiro do pronto-socorro do hospital Nasser, acrescentando que a instituição está cercada há um mês e não restam alimentos nem água potável. — Os tanques abriram fogo pesado contra o hospital e franco-atiradores nos telhados dos edifícios próximos também dispararam — relatou o homem de 39 anos.
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) criticou a ordem israelense para a saída de milhares de pacientes, profissionais de saúde e deslocados do hospital, e afirmou que seus funcionários continuam atendendo pacientes em "condições quase impossíveis".





