As eleições presidenciais nos Estados Unidos têm um formato peculiar, que difere significativamente do sistema eleitoral brasileiro. Por lá, o voto não é obrigatório e não há segundo turno estabelecido, pois o pleito não pode terminar em empate, e um presidente é sempre escolhido.
Durante as eleições nos EUA, os eleitores votam nos chamados delegados, representantes dos Estados que formam o Colégio Eleitoral e que votam no presidenciável. Com um total de 538 delegados, um candidato à presidência precisa de pelo menos 270 votos para vencer. Caso nenhum candidato alcance essa maioria, ou se dois candidatos obtiverem exatamente 269 votos cada, a decisão é transferida para a Câmara dos Deputados.
A quantidade de delegados por Estado é definida pelo tamanho da população, mas nenhum tem menos de três representantes.
Na Câmara dos Deputados, cada Estado tem direito a apenas um voto, independentemente do número de delegados que possua. Assim, a escolha do presidente é decidida por uma votação entre os 50 Estados. O candidato precisa receber pelo menos 26 votos, correspondendo à maioria dos Estados, para ser eleito presidente.
O processo de resolução, que será iniciado após as eleições realizadas no dia 5 de novembro, deve ser concluído até a posse do mandatário, em 20 de janeiro de 2025. Se não houver decisão até então, a Constituição prevê que o vice-presidente eleito assuma o cargo temporariamente.
Histórico
Embora raro, houve empates em eleições presidenciais nos EUA em 1800 e 1824. Em tais casos, a Câmara dos Deputados teve que intervir para escolher o presidente.
Na eleição de 1800, os candidatos democratas-republicanos Thomas Jefferson e Aaron Burr empataram com 73 votos cada no Colégio Eleitoral. Durante a votação na Câmara, Jefferson recebeu o apoio de oito Estados, Burr, de seis, e dois Estados permaneceram empatados. Após seis dias de debates e 36 votações, Jefferson foi eleito presidente ao receber o apoio de 10 Estados.
Na eleição de 1824, o candidato democrata-republicano Andrew Jackson obteve a maioria dos votos populares, mas não conseguiu a maioria absoluta no Colégio Eleitoral, com apenas 99 votos. Os outros candidatos democratas-republicanos, John Quincy Adams, William Crawford e Henry Clay, receberam 85, 41 e 37 votos, respectivamente. Como nenhum candidato atingiu a maioria necessária, a decisão foi transferida para a Câmara dos Deputados, que escolheu Adams como presidente.